01/12/2012

Mistérios Fantásticos: AKAKOR a Cidade Perdida na Amazônia.


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  AKAKOR A CIDADE PERDIDA DA AMAZÔNIA



Atrás da cortina de mentiras imposta pelo nosso governo durante a segunda guerra HITLER despachara um submarino equipado com aviões anfíbios levando soldados da elite da SS para a região, o jornalista Karl Brugger apurou em sua investigação a existência de três cidades subterrâneas AKAHIM , AKHANIS, AKAKOR cidades com construções de origem desconhecida muito tempo abandonadas pelos seus construtores, segundo relato dos índios da região, vários anos depois do final da guerra em 1965 durante a ditadura militar continuavam a chegar militares e cientistas alemães na região, e o governo brasileiro diz que não sabe de nada “mentira” a área onde se localiza a base secreta e de alta segurança aviões não podem passar nem perto. O jornalista Karl Brugger foi assassinado por agentes da CIA após ter declarado em seu livro que existiam militares do 3 REICH na região amazônica.


Prefácio de ERICH VON DANIKEN

Os cientistas não são os únicos que enriquecem ao explorar o desconhecido. Karl Brugger, nascido em 1942, depois de completar os seus estudos de história e sociologia contemporânea, foi para a América do Sul como jornalista e obteve informações acerca de Akakor. Desde 1974 que Brugger é correspondente das estações de rádio e televisão da Alemanha Ocidental. Atualmente, é considerado um especialista em assuntos que dizem respeito aos Índios. Em 1972, Brugger encontrou Tatunca Nara, filho de um chefe índio, em Manaus, na confluência do rio Solimões com o rio Negro, isto é, no início do Amazonas. Tatunca Nara é chefe dos índios Ugha Mongulala, Dacca e Haisha. Brugger, investigador escrupuloso, ouviu a história inacreditável, mas verdadeira que o mestiço lhe contou. Depois de ter verificado tudo conscienciosamente, decidiu publicar a crônica que tinha registrado no gravador. Como estou habituado ao fantástico e sempre preparado para o extraordinário, não me emociono facilmente, mas devo confessar que me senti invulgarmente impressionado com A Crônica de Akakor tal como me relatou Brugger. Abre uma dimensão que obriga os céticos a verificar que o inconcebível é muitas vezes possível. Incidentalmente, A Crônica de Akakor foca precisamente o quadro que é familiar aos mitologistas de todo o mundo. Os deuses vieram “do céu”, instruíram os primeiros humanos, deixaram atrás de si alguns misteriosos instrumentos e desapareceram novamente no “céu”.

Os desastres devastadores descritos por Tatunca Nara, podem ser relacionados até ao mínimo pormenor com Os Mundos em Colisão, de Immanuel Velikovsky, as suas extraordinárias descrições de uma catástrofe mundial e mesmo as referências às datas são simplesmente espantosas. Igualmente, a afirmação de que certas partes da América do Sul são cortadas por passagens subterrâneas não pode chocar nenhum conhecedor do assunto. Num outro livro referi-me ter visto as tais estruturas subterrâneas com os meus próprios olhos, A Crônica de Akakor dá resposta a muito do que é apenas aflorado noutros trabalhos sobre assuntos semelhantes.

INTRODUÇÃO;

A Amazônia começa em Santa Maria de Belém, a cento e vinte quilômetros da costa do Atlântico. Em 1616, quando duzentos portugueses, sob a chefia de Francisco Castelo Branco, tomaram posse deste território em nome de Sua Majestade o Rei de Portugal e Espanha, o seu cronista descreveu-o como uma doce e convidativa zona de terreno com árvores gigantescas. Presentemente, Belém é uma grande cidade, com arranha-céus, de tráfego intenso e uma população de seiscentos e trinta e três mil habitantes. É o ponto de partida da civilização branca na sua conquista das florestas virgens da Amazônia. Contudo, através de quatrocentos anos, a cidade tem conseguido preservar traços do seu passado heroico e místico. Palácios de estilo colonial dilapidados e edifícios de azulejos com enormes portões de ferro são testemunhas de uma era famosa, quando a descoberta do processo de vulcanização da borracha elevou Belém ao nível de uma metrópole europeia. O mercado de dois andares na área do porto também data desta época. Aqui quase tudo pode ser comprado: peixe do Amazonas ou do oceano, perfumados frutos tropicais; ervas medicinais, raízes, bulbos e flores; dentes de crocodilo, que dizem ter propriedades afrodisíacas, e rosários feitos de terracota. Santa Maria de Belém é uma cidade de contrastes. No centro, ruas ruidosas de tráfego, mas o mundo selvagem da ilha de Marajó, outrora povoada por uma das populações altamente civilizadas que tentaram conquistar a Amazônia, fica apenas a duas horas de viagem, rio acima, na margem oposta. De acordo com a história tradicional, os Marajoaras chegaram à ilha mais ou menos em 1100, quando a sua civilização estava no apogeu, mas na altura em que os exploradores europeus chegaram este povo já tinha desaparecido. Tudo o que ele resta são belas cerâmicas, figuras estilizadas traduzindo dor, alegria e sonhos. Parecem contar uma história, Mas qual?

Até à ilha de Marajó, o Amazonas é uma confusa rede de canais, afluentes e lagoas. O rio estende-se por uma distância de seis mil quilômetros: nasce no Peru e atinge os rápidos colombianos, mudando de nome em cada país que atravessa – de Apurimac a Ucayali e Marañon, e de Marañon a Solimões. Para além da ilha de Marajó, o Amazonas tem um caudal maior que qualquer outro rio do mundo. Um grande barco a motor, único meio de transporte na Amazônia, leva três dias para fazer a travessia de Belém à Santarém, a localidade mais próxima. É impossível compreender o grande rio sem ter experimentado estes barcos a motor, que incorporam a noção de tempo, vida e distância na Amazônia. Podem fazer-se cento e cinquenta quilômetros por dia (não por hora) rio abaixo; nestes barcos o tempo passa-se a comer, a beber, a sonhar e a amar.

Santarém fica situada na margem direita do Amazonas, na embocadura do rio Tapajós. Uma população de trezentos e cinquenta mil habitantes atravessa uma época próspera, pois a cidade é terminal da Transamazônica e atrai garimpeiros, contrabandistas e aventureiros. Uma das mais antigas civilizações da Amazônia floresceu aqui, o povo do Tapajós, provavelmente a maior tribo da selva índia. O historiador Heriarte afirmou que, se fosse necessário, tinham possibilidade de alinhar cinquenta mil arqueiros para uma batalha. Mesmo considerando este número um exagero, sabe-se que os Tapajós foram suficientemente numerosos para fornecer ao mercado de escravos portugueses durante oitenta anos. Esta orgulhosa tribo não nos legou senão espécimes arqueológicos... E o rio que tem o seu nome.

Rios, cidades e lendas da Amazônia sucedem-se de Santarém a Manaus. Presume-se que o aventureiro espanhol Francisco Orellana, combateu os habitantes da Amazônia na foz do rio Nhamundá. O lago Iacy, “Espelho da Lua”, situa-se na margem direita do rio, junto à povoação de Faro. De acordo com a lenda, as Amazonas desciam até o lago, vinda das montanhas que o rodeavam, quando havia lua cheia, para encontrarem os apaixonados que as esperavam. Mergulhavam em busca de pedras estranhas, que, debaixo de água, podiam ser amassadas como pão, mas que em terra adquiriam dureza. As Amazonas chamavam a estas pedras muiraquitã e davam-nas aos seus apaixonados. Os cientistas consideram-nas “milagres arqueológicos”: duras como o diamante, têm formas artificiais, se bem que a evidência tenha provado que os Tapajós não tinham ferramentas para trabalhar esta espécie de material.

O verdadeiro rio Amazonas nasce na confluência do rio Solimões com o rio Negro. De barco, leva-se vinte minutos para chegar a Manaus, que não tem qualquer estrada de comunicação com a costa. Foi aqui que encontrei Tatunca Nara, a 3 de Março de 1972. Tatunca Nara era o guia que comandava o contingente da selva brasileira em Manaus, tinha sido o encarregado de me proporcionar este encontro. Foi no Bar Graças a Deus que encontrei pela primeira vez o chefe índio. Era alto, tinha um longo cabelo escuro e um rosto delicadamente modelado. Os seus olhos, castanhos, pequenos e cheios de suspeita, eram característicos dos mestiços. Tatunca Nara vestia um desbotado uniforme tropical, que, tal como mais tarde me explicou, lhe fora dado pelos oficiais. O seu largo cinto de couro com fivela de prata era impressionante. Os primeiros minutos da nossa conversa foram difíceis. Com certa relutância, Tatunca Nara contou, em mau alemão, as suas impressões da cidade branca, com a sua imensa população, o trânsito das ruas, os elevados edifícios e o insuportável barulho. Só quando venceu a sua reserva e as suas suspeitas iniciais me contou a história mais extraordinária que jamais ouvi. Tatunca Nara falou-me da tribo dos Ugha Mongulala, um povo que há quinze mil anos foi “o eleito dos Deuses”. Descreveu duas grandes catástrofes que haviam devastado a Terra e referiu-se ao príncipe Lhasa, um filho dos Deuses, que governou no Sul do continente americano, às suas relações com o Egito, à origem dos Incas, à chegada dos Bárbaros e à aliança dos índios com dois mil soldados alemães. Falou de gigantescas cidades de pedra e instalações subterrâneas dos divinos antepassados. E contou-me que todos estes fatos tinham sido registrados num documento chamado A Crônica de AKAKOR.

A mais longa parte da sua história referia-se às lutas dos índios contra os brancos, contra os espanhóis e portugueses plantadores de borracha, colonos, aventureiros e soldados do Peru. Empurraram os Ugha Mongulala, de quem pretendia ser o príncipe, cada vez mais para os Andes, até mesmo nas instalações subterrâneas. Apelava agora para os seus maiores inimigos, os brancos, pedindo auxílio perante a iminente extinção do seu povo. Antes de falar comigo, Tatunca Nara conversara com altas personalidades brasileiras do Serviço de Proteção aos Índios, mas sem qualquer êxito. Esta, no entanto, era a sua história. Ia dar crédito ou não? No úmido calor do Bar Graças a Deus foi-me revelado um estranho mundo que, se existisse, tornavam reais as lendas maia e inca.

O segundo e o terceiro encontro com Tatunca Nara, foram no meu quarto de hotel com ar condicionado. Num monólogo que durou horas, só interrompido para mudar a fita no gravador, ele contou a história dos Ugha Mongulala, as Tribos Escolhidas Aliadas, do ano zero até 12.453 (de 10.481 a. C. até 1972, de acordo com o calendário da civilização branca). Mas o meu entusiasmo inicial tinha desaparecido. A história parecia-me excessivamente extraordinária: uma outra lenda da floresta, fruto do calor tropical e do místico efeito da selva impenetrável. Quando Tatunca Nara acabou a sua narrativa eu tinha doze gravações de um fantástico conto de fadas.

A história de Tatunca Nara só começou a parecer plausível quando, numa outra vez, encontrei um amigo, o oficial brasileiro M. Era membro do serviço secreto e fazia parte do “segundo departamento”. M. conhecia Tatunca Nara já havia quatro anos e confirmou, pelo menos, o fim das suas aventuras. O chefe índio salvara a vida de doze oficiais brasileiros cujo avião caíra na província do Acre e devolveu-os à civilização. As tribos índias de Yaminauá e Kaxinauá reverenciavam Tatunca Nara como chefe, muito embora não lhes pertencesse. Estes fatos foram documentados nos arquivos do serviço secreto brasileiro. Decidi investigar ainda mais a história de Tatunca Nara.

As minhas buscas no Rio de Janeiro, Brasília, Manaus e Rio Branco tiveram resultados extraordinários. A história de Tatunca Nara está documentada em jornais e começa em 1968, quando um chefe índio branco é mencionado por  ter salvo a vida de doze oficiais brasileiros obtendo a sua libertação dos índios Haisha e levando-os para Manaus. Devido ao auxílio que prestou aos oficiais, Tatunca Nara foi recompensado com uma carteira de trabalho e um documento de identidade. De acordo com o que dizem as testemunhas, o misterioso chefe índio fala um péssimo alemão, compreende só algumas palavras em português, mas é fluente em algumas línguas índias faladas no alto Amazonas. Poucas semanas depois da sua chegada a Manaus, Tatunca Nara desapareceu subitamente, sem deixar rastro.

Em 1969, surgiram grandes lutas entre as tribos de índios selvagens e os colonos brancos da fronteira do Peru na província de Madre de Dios, uma região miserável e esquecida na encosta oriental dos Andes. A velha história da Amazônia revivia: a revolta dos oprimidos contra os opressores, seguidos da vitória dos brancos, sempre vitoriosos. O chefe dos índios, que, de acordo com os relatos da imprensa do Peru, era conhecido por Tatunca (“grande serpente-d ’água”), fugiu para território brasileiro após derrota. Com o propósito de evitar a continuação dos ataques, o Governo do Peru pediu ao Brasil a sua extradição, mas as autoridades brasileiras recusaram-se a cooperar. A luta de fronteira da província de Madre de Dios acalmou aos poucos durante os anos de 1970 e 1971. As tribos índias selvagens fugiram para as quase inacessíveis florestas perto da nascente do rio Yaku. Aparentemente, Tatunca Nara desaparecera. O Peru fechou a fronteira com o Brasil e iniciou a invasão sistemática da floresta virgem. De acordo com testemunhas oculares, os índios do Peru partilharam da sorte dos seus irmãos brasileiros: foram assassinados ou morreram de doenças características da civilização branca. Em 1972, Tatunca Nara voltou à civilização branca, e na cidade brasileira de Rio Branco relacionou-se com o bispo católico Grotti. Juntos pediram alimentos para os índios do rio Yaku nas igrejas da capital do Acre. Desde que a província do Acre tinha sido considerada “livre de índios” nem ao bispo foi concedido qualquer auxílio do Estado. Três meses mais tarde, monsenhor Grotti morria na queda misteriosa de um avião.

Mas Tatunca Nara não desistiu. Com o auxílio dos doze oficiais cuja vida salvara, entrou em contato com serviço secreto brasileiro. Apelou também para o Serviço de Proteção aos Índios do Brasil (a atual FUNAI) e contou a N., secretário da Embaixada da Alemanha Ocidental em Brasília, a história dos dois mil soldados alemães que desembarcaram no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e que ainda estavam vivos em Akakor, a capital do seu povo. N. não acreditou na história e recusou o acesso de Tatunca Nara à embaixada. A FUNAI só concordou em cooperar depois de muitos pormenores da história de Tatunca, Nara acerca das tribos índias da Amazônia serem confirmados, durante o Verão de 1972. O Serviço organizou então uma expedição para estabelecer contato com os misteriosos Ugha Mongulala e deu instruções a Tatunca Nara para fazer os preparativos necessários. No entanto, estes planos foram interrompidos devido à resistência das autoridades da província do Acre. Devido a instruções pessoais do governador Wanderlei Dantas, Tatunca Nara foi preso. Pouco antes da sua extradição para o Peru, os oficiais seus amigos libertaram-no da prisão de Rio Branco e tornaram a leva-lo para Manaus. E aqui me tornei a encontrar com Tatunca Nara. O encontro seguinte teve uma sequência diferente. Eu tinha verificado a sua história e comparado à fita gravada com o material dos arquivos e relatórios de historiadores contemporâneos. Alguns pontos podiam ser explicados, mas eu ainda pensava que muita coisa era inteiramente inacreditável, como por exemplo, as instalações subterrâneas e o desembarque dos dois mil soldados alemães. Mas era improvável que tudo isto fosse inventado: as datas do oficial M. e as da história de Tatunca Nara coincidiam.

No decorrer deste encontro, Tatunca Nara, repetiu a história mais uma vez. Indicou num mapa a aproximada localização de Akakor, descreveu a rota dos soldados alemães de Marselha até o rio Purus e referiu-se a vários dos seus chefes. Desenhou vários símbolos dos deuses que presumivelmente apareciam na Crônica de Akakor. Voltava constantemente a estes misteriosos antepassados cuja memória ficara para sempre intacta no seu povo. Comecei a acreditar numa história cuja incredibilidade se tornava um desafio. Quando Tatunca Nara sugeriu que o acompanhasse a Akakor, aceitei. Tatunca Nara, o fotógrafo brasileiro J. e eu partimos de Manaus a 25 de Setembro de 1972. Pretendíamos alcançar a parte superior do rio Purus num barco que alugáramos. Levávamos também uma canoa com motor de popa e utilizá-la-íamos para alcançar a região afluente do rio Yaku, na fronteira entre o Brasil e o Peru, e depois continuaríamos a pé pelas colinas dos Andes até Akakor. O tempo destinado à expedição era seis semanas, contando nós, regressar nos princípios de Novembro. O nosso carregamento era constituído por redes, mosquiteiros, utensílio de cozinha, alimentos, as habituais roupas para a selva e remédios. Como armas, levávamos uma Winchester 44, dois revólveres, uma espingarda de caça e grandes machados. Levávamos também equipamento para filmar, dois gravadores e máquinas fotográficas. Os primeiros dias foram inteiramente diferentes daquilo que esperávamos: não apareceram nem mosquitos, nem cobras-d’água, nem piranhas. O rio Purus era como um lago que não tivesse margens. Avistávamos a selva no horizonte, com os seus mistérios oculto atrás de uma muralha verde.

A primeira cidade que alcançamos foi Sena Madureira, última povoação antes de se entrar nas inexploradas regiões fronteiriças entre o Brasil e Peru. Era típica de toda a Amazônia: estradas de argila suja, cabanas desmanteladas e um cheiro desagradável de água estagnada. Oito entre dez habitantes sofriam de beribéri, eram leprosos ou tinham malária. Uma má nutrição crônica deixara o povo num estado de triste resignação. Rodeadas pela brutalidade da selva e isoladas da civilização, as pessoas dependiam, sobretudo da aguardente de cana, seu único meio de escapar a uma infeliz realidade. Num bar, dizemos adeus à civilização e encontramos um homem que presumivelmente conhece a parte superior do rio Purus. À procura de ouro, esteve cativo dos índios Haisha, uma tribo semicivilizada da vizinha região do rio Yaku. O que ele nos conta é desencorajante: fala-nos em rituais canibalescos e setas envenenadas.

A cinco de Outubro, na cachoeira Inglesa, trocamos o barco pela nossa canoa, e de agora em diante dependemos de Tatunca Nara. Os mapas mostram muito deficientemente o curso do rio Yaku. As tribos índias que vivem nesta região não têm qualquer contato com a civilização branca. J. e eu tínhamos ambos uma sensação desagradável: haverá na realidade um local chamado Akakor? Podíamos confiar em Tatunca Nara? Mas a aventura provava ser mais forte que a nossa ansiedade. Doze dias depois de deixarmos Manaus, a paisagem começa a modificar-se. O rio até esse ponto parecia um mar acastanhado, sem praias. Agora navegávamos entre cipós, sob árvores inclinadas. Depois de uma curva do rio encontramos um grupo de prospectores que construíram uma fábrica primitiva na margem do rio e peneiravam uma areia grossa. Aceitamos o seu convite para ali passar a noite e escutamos as suas estranhas histórias de índios de cabelos pintados de azul encarnado que usavam setas envenenadas... A viagem transforma-se em expedição contra as nossas próprias dúvidas. Estamos a uns escassos dez dias da nossa suposta meta. A dieta monótona, o esforço físico e o receio do desconhecido influíram poderosamente sobre nós. O que em Manaus parecia uma fantástica aventura tornou-se agora num pesadelo, Basicamente, pensávamos que gostaríamos de voltar e esquecer tudo acerca de Akakor, antes de ser demasiado tarde. Ainda não encontramos índios. As primeiras montanhas dos Andes cobertas de neve surgem no horizonte: atrás de nós estende-se o verde-mar das terras baixas da Amazônia. Tatunca Nara prepara-se para voltar para seu povo. Numa estranha cerimônia, pinta o corpo: na cara traços vermelhos, e no peito e nas pernas riscas amarelo-escuras. Prende o cabelo atrás com uma tira de couro, que é decorada com os estranhos símbolos dos Ugha Mongulala.

A 13 de Outubro não temos possibilidade de regresso. Depois de uma perigosa passagem sobre as corredeiras, a canoa é apanhada por um redemoinho e vira-se. O nosso equipamento fotográfico, que vinha em caixas, perde-se na densa floresta das margens; metade dos nossos alimentos e remédios perderam-se também. Nesta situação desesperadora decidimos desistir da expedição e voltar para Manaus. Tatunca Nara reage com irritação: está impaciente e desapontado. Na manhã seguinte, J. e eu deixamos o nosso último acampamento. Tatunca Nara, com as pinturas de guerra do seu povo, usando só um pano a cobrir-lhe os rins, toma a estrada que o levará à sua tribo. Este foi o meu último contato com o chefe dos Ugha Mongulala. Depois do meu regresso ao Rio de Janeiro, em Outubro de 1972, tentei esquecer Tatunca Nara, Akakor e os Deuses. Só no Verão de 1973 a recordação voltou: o Brasil principiara a sistemática invasão da Amazônia. Doze mil trabalhadores construíam duas estradas através da ainda não explorada selva, numa distância de sete mil quilômetros. Trinta mil índios tomaram os bulldozers, por antas gigantes e fugiram para a selva. Começara o último ataque a Amazônia.

E com isto recordava as velhas lendas, tão fascinantes e míticas como antes. Em Abril de 1973, a FUNAI descobriu uma tribo de índios brancos na parte superior do rio Xingu, que Tatunca Nara me mencionara um ano antes. Em Maio, durante trabalhos de reconhecimento no Pico da Neblina, os guardas de fronteira brasileiros estabeleceram contato com índios que eram chefiados por mulheres. Estes também tinham sido descritos por Tatunca Nara. E finalmente, em Junho de 1973, várias tribos índias foram avistadas na região do Acre, que antes havia sido considerada “livre de índios”. Akakor existe realmente? Talvez não seja exatamente da maneira como Tatunca Nara a descreveu, mas a cidade é, sem dúvida alguma, real. Depois de tornar a ouvir as gravações de Tatunca Nara decidi escrever a sua história “com boas palavras e numa escrita clara”, como dizem os Índios. Este livro, A Crônica de Akakor, tem cinco partes. “O Livro do Jaguar” relaciona-se com a colonização da Terra pelos Deuses e vai até o período da segunda catástrofe mundial. “O Livro da Águia” compreende o tempo entre 6.000 e 11.000 (do seu calendário) e descreve a chegadas dos Bárbaros. O terceiro livro, “O Livro da Formiga”, fala-nos de luta contra os colonizadores portugueses e espanhóis depois de desembarcarem no Peru e no Brasil. O quarto e último livro, “O Livro da Serpente-d ’Água”, descreve a chegada de dois mil soldados alemães a Akakor e a sua integração no povo dos Ugha Mongulala; também prediz uma terceira grande catástrofe.

Na quinta parte, o “Apêndice”, fiz o sumário dos resultados das minhas pesquisas nos arquivos brasileiros e alemães. A maior parte deste livro, a atual Crônica de Akakor, segue justamente a narrativa de Tatunca Nara. Tentei torná-la tão literária quanto possível, mesmo quando os fatos parecem contradizer a historiografia tradicional. Fiz o mesmo com os mapas e desenhos baseados nas datas fornecidas por Tatunca Nara. Os escritos foram feitos por Tatunca Nara em Manaus. Todas as subseções estão precedidas por um curto sumário da história tradicional, para dar ao leitor uma base de comparação, mas restringem-se aos acontecimentos mais importantes da história da América do Sul. A tábua cronológica, no fim do livro, fornece a justaposição do calendário de Akakor com o da história tradicional. Noutro quadro refiro-me aos nomes prováveis dados pela civilização branca às várias tribos referidas no texto. As citações da Crônica de Akakor impressas como suplemento foram ditas por Tatunca Nara, que as sabia de cor. Segundo ele, a crônica atual foi escrita em madeira, em pele e mais tarde também em pergaminho, e está guardada por sacerdotes no Templo do Sol, a maior herança dos Ugha Mongulala. O bispo Grotti foi o único homem branco a vê-la e trouxe com ele vários excertos. Depois da sua misteriosa morte, os documentos desapareceram. Tatunca Nara pensa que o bispo os escondeu ou que estão guardados nos arquivos do Vaticano.

Verifiquei o mais cuidadosamente possível todas as informações da “Introdução” e do “Apêndice” no que diz respeito à sua veracidade. As citações dos historiadores contemporâneos vêm de fontes materiais espanholas e traduzi-as eu próprio. Só acrescentei as minhas próprias considerações no “Apêndice”, para auxiliar o leitor a  compreende-las melhor. Por esta razão não me baseei nas teorias que dizem respeito a astronautas ou a seres divinos como possíveis antecessores da civilização humana. A ênfase deste livro diz respeito à história e à civilização dos Ugha Mongulala, em contraste com a dos Bárbaros Brancos.
Akakor existiu realmente? Há uma história escrita dos Ugha Mongulala? As minhas próprias dúvidas obrigaram-me a dividir este livro em duas partes. Na Crônica de Akakor só incluí os relatos de Tatunca Nara. O “Apêndice” contem o material que fui buscar nas respectivas origens. A minha contribuição não é muita, comparada com a história de um povo misterioso, com os Primitivos Mestres, leis divinas, instalações subterrâneas e muitas outras coisas. Esta é uma história que pode ter tido origem numa lenda, mas que, no entanto, pode ser confirmada. E o leitor deve ele próprio decidir se isto é um relato inteligentemente inventado, baseado em passos de escritos inadequadamente históricos, ou um pedaço de história verdadeira relatada “com boas palavras e numa escrita clara”.

                                                   O LIVRO DO JAGUAR 

Este é o jaguar
Poderoso é seu salto
E forte as suas patas.
É o senhor das florestas.
Todos os animais são seus súditos.
Não tolera resistência.
Destrói o desobediente
E devora-lhe a carne

I- O REINO DOS DEUSES


600.000 A. C. – 10.481 A. C.

O início da história da humanidade é uma questão contestada. De acordo com a Bíblia, Deus criou o mundo em seis dias para a sua própria honra e para a honra da humanidade. Então ele moldou o homem do pó e deu-lhe o sopro da vida. Mas de acordo com o Popol Vuh, o Livro do Maia, o homem só surgiu na quarta criação divina, depois de três mundos anteriores terem sido destruídos por medonhas catástrofes. A historiografia tradicional coloca o início da história da humanidade em 600.000 a. C., e os primeiros humanos não conheciam ferramentas nem o uso do fogo. Segue-se, cerca de 80.000 a. C., o homem de Neandertal, que avançara extraordinariamente e conhecia o uso do fogo, tendo desenvolvido ritos funerários. A Pré-História, a primitiva história do homem, começa em 50.000 a. C.; de acordo com achados arqueológicos, tem sido dividida em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. Durante a Idade da Pedra, o homem era caçador e pastor; caçava o mamute, cavalos selvagens e rangíferos. Com a lenta regressão da camada de gelo, gradualmente foi seguindo os animais que se dirigiam para o norte: a agricultura e os animais domésticos eram-lhe ainda desconhecidos. No entanto, as suas pinturas nas paredes dos abrigos são evidência de uma arte surpreendentemente sofisticada, baseada nos ritos de caça mágico-religiosa. Está assente que cerca de 25.000 a. C. as primeiras tribos da Ásia Central atravessaram o estreito de Bering em direção à América.

OS MESTRES ESTRANGEIROS DE SCHWERTA

A Crônica de Akakor, a história escrita do meu povo, começa na hora zero, quando os Deuses nos deixaram. Nessa época, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, resolveu que tudo quanto acontecesse fosse narrado com boas palavras e numa escrita clara. E assim, A Crônica de Akakor é testemunha perante a História do mais antigo povo do mundo, desde o início, a hora zero, quando os Primitivos Mestres nos deixaram, até ao momento atual, quando os Bárbaros Brancos estão a tentar destruir o nosso povo. Explica o testamento dos Antigos Pais – o seu saber e a sua prudência. E descreve a origem do tempo, quando o meu povo era o único do continente e o Grande Rio ainda corria de um e de outro lado, quando o país era ainda plano e suave como o lombo de um cordeiro. Tudo isto está escrito na crônica, a história do meu povo, desde a partida dos Deuses, a hora zero, que corresponde ao ano de 10.481 a. C. de acordo com o calendário dos Bárbaros Brancos.

Esta é a história. Esta é a história dos Servidores Escolhidos. No início era o caos. Os homens viviam como animais, sem razão, sem conhecimento, sem leis, e sem trabalhar o solo, sem se vestirem, nem sequer cobrindo a sua nudez. Não conheciam nada dos segredos da natureza. Viviam em grupos de dois e três, como o acaso os juntava, em cavernas ou nas fendas das rochas. Caminhavam com os pés e as mãos até a chegada dos Deuses. Eles trouxeram a luz.

Não sabemos quando tudo isto aconteceu. Donde vieram esses seres estranhos é um tênue conhecimento. Um denso mistério envolve a origem dos Primitivos Mestres, que nem sequer o conhecimento dos sacerdotes consegue esclarecer. De acordo com a tradição, a época deve ter sido 3.000 anos antes da hora zero (13.481 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos). De repente, navios brilhantes, dourados, apareceram no céu. Enormes línguas de fogo iluminaram a planície. A terra tremeu e o trovão ecoou sobre as colinas. O homem baixou a cabeça em sinal de veneração, perante as poderosas e estranhas criaturas que vinham tomar posse da Terra. Estes estranhos indivíduos disseram que a sua pátria se chamava Schwerta, um mundo muito distante, na profundeza do universo, onde viviam os seus antepassados e donde eles tinham vindo com a intenção de espalhar conhecimento pelos outros mundos. Os nossos sacerdotes dizem que era um poderoso império constituído por muitos planetas e com inúmeros grãos de pó na estrada. Também dizem que ambos os mundos, o dos Primitivos Mestres e a própria Terra, se encontravam de seis mil em seis mil anos. Então os Deuses voltam. Com a chegada dos estranhos visitantes ao nosso mundo começou a Idade do Ouro. Cento e Trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra para libertar o homem da escuridão. E os Deuses reconheceram-nos como seus irmãos. Instalaram as tribos errantes; deram-lhes bons quinhões de todos os comestíveis. Trabalharam diligentemente para ensinar ao homem as suas leis, mesmo quando o seu ensino encontrava oposição. Por todo este labor, e por causa de tudo quanto sofreram pela humanidade e por quanto nos trouxeram e nos esclareceram, nós veneramo-los como os iniciadores da nossa luz. E os nossos artistas mais hábeis reproduziram imagens dos Deuses que testemunham através de toda a eternidade a sua verdadeira grandeza e maravilhoso poder. E assim a imagem dos Primitivos Mestres ficou descrita até aos nossos dias. Aparentemente, esses oriundos de Schwerta não eram diferentes do homem. Tinham uns corpos graciosos e pele branca. O seu rosto nobre era emoldurado por uma cabeleira de um preto azulado. Uma barba espessa cobria-lhes o lábio superior e o queixo. Tal como os homens, os Antigos Pais eram seres vulneráveis, com carne e sangue. Mas o sinal que os distinguia decisivamente dos homens era terem seis dedos nas mãos e nos pés, característica da sua origem divina.

Quem pode aprender a penetrar os atos dos Deuses? Quem pode aprender a compreender os seus feitos? Seguramente, eram poderosos e incompreensíveis para os vulgares mortais. Conheciam o curso das estrelas e as leis da natureza. Na realidade, eram-lhes familiares as mais altas leis do universo. Cento e trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra e trouxeram a luz.

AS TRIBOS ESCOLHIDAS

A memória dos nossos mais antigos antepassados torna-me assombrado e triste. O meu coração pesa-me porque agora estamos sós, abandonados pelos nossos Primitivos Mestres. Devemos-lhe a nossa força e tudo quanto sabemos. Antes de estes estranhos vierem de Schwerta, os homens vagueavam como crianças que perderam o lar, cujos corações não albergavam amor. Juntavam raízes, bulbos e frutos selvagens; viviam em cavernas e buracos cavados no solo; e tinham disputas com os vizinhos por causa das peças caçadas. Depois vieram os Deuses e estabeleceram uma nova ordem no mundo. Ensinaram aos homens a cultivar a terra e a criar animais. Ensinaram-lhes a tecer e distribuíram lares permanentes às famílias e aos clãs. E foi assim que as tribos se desenvolveram.

Este foi o início da luz, da vida e das tribos. Os Deuses juntaram os homens. Deliberaram, consideraram e fizeram reuniões. Depois tomaram decisões. E entre o povo escolheram os criados que deviam viver com eles, servos a quem legaram todo o seu saber.

Com as famílias escolhidas os Deuses fundaram uma nova tribo, a que deram o nome de Ugha Mongulala, que na língua dos Bárbaros Brancos significa “Tribos Escolhidas Aliadas”. Como penhor dos seus eternos acordos, ligaram-se aos servos. Portanto, os Ugha Mongulala parecem-se com os seus divinos antepassados mesmo ainda hoje. São altos; o rosto é caracterizado por maçãs salientes, um nariz bem delineado e olhos em forma de amêndoa. Tanto os homens como as mulheres têm um espesso cabelo preto-azulado. A única diferença eram os cinco dedos dos mortais, tanto nas mãos como nos pés. Os Ugha Mongulala são o único povo de pele branca do continente. Se bem que os Primitivos Mestres guardassem muitos segredos, a história do meu povo também explica a história dos Deuses. Os estranhos vindos de Schwerta fundaram um poderoso império. Com o seu conhecimento, a sua superior sabedoria e os seus misteriosos utensílios, foi-lhes fácil modificar a Terra de acordo com as suas próprias ideias. Dividiram o país e construíram estradas e canais. Semearam plantas até então desconhecidas pelo homem. Ensinaram aos nossos antepassados que um animal não é só presa de caça, mas que também pode constituir uma posse valiosa e indispensável contra a fome. Pacientemente, partilharam o conhecimento necessário, de modo que o homem pudesse entrar na posse dos segredos da natureza. Baseados nesta sabedoria, os Ugha Mongulala sobreviveram durante milênios, apesar das horríveis catástrofes e das terríveis guerras. Como os Servos Escolhidos dos Primitivos Mestres, determinaram a história da humanidade durante 12.453 anos, tal como foi escrito na Crônica de Akakor:

A linhagem dos Servos Escolhidos não desapareceu. Os chamados Ugha Mongulala sobreviveram. Muitos dos seus filhos podem ter morrido em guerras devastadoras; medonhas catástrofes deram-se nos seus domínios. Mas a força dos Servos Escolhidos permaneceu intacta. Eram os senhores. Eram os descendentes dos Deuses.

O IMPÉRIO DE PEDRA

A Crônica de Akakor, a história escrita do povo dos Ugha Mongulala. Só começa depois da partida dos Primitivos Mestres, no ano zero. Nesta altura, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, ordenou que todos os acontecimentos fossem registrados com boas palavras e numa escrita clara, e com a devida veneração pelos Primitivos Mestres. Mas a história dos Servos Escolhidos remonta a mais tarde, à Idade do Ouro, quando os Antigos Pais ainda governavam o Império. Desta época muito poucos testemunhos se têm conservado. Os Deuses devem ter estabelecido um poderoso império, onde a todas as tribos foram distribuídas tarefas. Os Ugha Mongulala atingiram o seu mais elevado grau. Era povo de grande sabedoria, o que o tornava superior a todos os outros. No ano zero, os Deuses legaram as suas cidades e templos às Tribos Escolhidas. Duraram doze mil anos. Poucos Bárbaros Brancos têm visto estes monumentos ou a cidade de Akakor, capital do meu povo. Alguns soldados espanhóis capturados pelos Ugha Mongulala conseguiram fugir servindo-se de passagens subterrâneas. Aventureiros e colonos brancos que descobriram a nossa capital têm sido presos pelo meu povo.
Akakor, capital do domínio, foi construída há catorze mil anos pelos nossos antepassados, guiados pelos Primitivos Mestres. O nome também foi dado por eles: Aka significa “fortaleza” e Kor significa “dois”. Akakor é a segunda fortaleza. Os nossos sacerdotes também falam na primeira fortaleza, Akanis. Erguia-se num estreito istmo na região que é hoje o México, no local em que os dois oceanos se encontram. Akahim, a terceira fortaleza, só é mencionada na crônica anterior ao ano 7.315. A sua historia está intimamente ligada à de Akakor.

A nossa capital ergue-se num vale, nas montanhas, entre dois países: Peru e Brasil. Está protegida em três lados por rochas escarpadas. Para leste, uma planície que desce gradualmente alcança a selva de cipós da grande região da floresta. Toda a cidade é rodeada por uma alta muralha de pedra com treze entradas. Estas são tão estreitas que só dão entrada a uma pessoa de cada vez. A planície a leste é guardada por vigias de pedra onde guerreiros escolhidos estão sempre vigilantes, por causa dos inimigos. AKAKOR é traçada em retângulos. Duas ruas principais cruzadas dividem a cidade em quatro partes, correspondendo aos quatro pontos universais dos nossos Deuses. O Grande Templo do Sol e um portal de pedra cortado de um só bloco erguem-se numa vasta praça, ao centro. O templo está voltado a leste, para o sol-nascente, e é decorado com imagens dos nossos Primitivos Mestres. As criaturas divinas usam um bastão encimado pela cabeça de um jaguar. A figura está coroada por um toucado de ornamentos animais. Os trajes são enfeitados com desenhos semelhantes. Uma escrita estranha, que só pode ser interpretada pelos nossos sacerdotes, fala da fundação da cidade. Todas as cidades de pedra que foram construídas pelos nossos Primitivos Mestres têm um portal semelhante.

O mais impressionante edifício de Akakor é o Grande Templo do Sol. As suas paredes exteriores não têm enfeites e são feitas com pedras engenhosamente cortadas. O telhado do Templo é aberto de modo que os raios do sol-nascente podem alcançar um espelho dourado que data da época dos Primitivos Mestres e está montado na frente. Figuras de pedra de tamanho natural erguem-se de ambos os lados da entrada do templo. As paredes interiores estão cobertas de relevos. Numa grande arca de pedra embutida na parede fronteira do templo estão escritas as leis dos nossos Primitivos Mestres. Contíguas ao Grande Templo do Sol, erguem-se às instalações dos sacerdotes e dos seus criados, o palácio do príncipe e os aposentos dos guerreiros. Estes edifícios têm forma retangular e são feitos de blocos de pedra esculpidos. Os telhados são de uma espessa camada de relva assente em estacas de bambu.

Na época do reino dos nossos Primitivos Mestres, outras vinte e seis cidades de pedra rodeavam Akakor, e são todas mencionadas na crônica. As maiores eram Humbaya e Patite, na região onde hoje se estende a Bolívia, Emim, na parte baixa do Grande Rio, e Cadira, nas montanhas da atual Venezuela. Mas todas elas foram completamente destruídas na primeira Grande Catástrofe, treze anos após a partida dos Deuses. Além destas poderosas cidades, os Antigos Pais, também ergueram três complexos sagrados: Salazere, na parte superior do Grande Rio, Tiahuanaco, no Grande Lago e Manoa, no elevado planalto do sul. Estas eram as residências terrenas dos Primitivos Mestres e terreno proibido para os Ugha Mongulala. No centro, elevava-se uma gigantesca pirâmide, e uma vasta escadaria erguia-se até a plataforma, onde os Deuses celebravam cerimônias que hoje nos são desconhecidas. O edifício principal era rodeado por pirâmides menores interligadas por colunas, e mais adiante, em colinas criadas artificialmente, erguiam-se outros edifícios, decorados com placas brilhantes. À luz do sol-nascente, contam os sacerdotes, as cidades dos Deuses pareciam estar em chamas. Irradiavam uma luz misteriosa que brilhava nas montanhas cobertas de neve.

Dos recintos do templo sagrado, só vi Salazere com os meus próprios olhos. Fica a uma distância de oito dias de viagem da cidade que os Bárbaros Brancos chamam Manaus, num afluente do Grande Rio. Os seus palácios e templos ficaram completamente cobertos pela selva de cipós. Só o topo da grande pirâmide ainda se ergue acima da floresta, coberto por uma densa mata de arbustos e árvores. Mesmo os iniciados têm dificuldade em chegar ao local onde moravam os Deuses. O território da Tribo que Vive nas Árvores está rodeado por profundos pântanos. Depois do primeiro contato desta tribo com os Bárbaros Brancos, ela retirou-se para as florestas inacessíveis que rodeiam Salazere. Ali, as pessoas vivem nas árvores como macacos, matando quem ouse invadir a sua comunidade. Só consegui alcançar os arredores do templo por esta tribo ser, há milhares de anos, aliada dos Ugha Mongulala, e ainda hoje respeitam os sinais secretos de reconhecimento. Estes sinais estão gravados numa pedra na parte superior da plataforma da pirâmide. Embora possamos copiá-los, perdemos toda a compreensão do seu significado. O cercado do templo também se mantém um mistério para o meu povo. Os edifícios são testemunho de um elevado conhecimento, incompreensível para os humanos Para os Deuses, as pirâmides eram não só moradias, mas também símbolos de vida e de morte. Eram sinais do Sol, da luz e da Vida. Os Primitivos Mestres ensinaram-nos que há um lugar entre a vida e a morte, entre a vida e o nada, que está sujeito há um tempo diferente. Para eles, a pirâmide era o elo com a segunda vida.

AS MORADIAS SUBTERRÂNEAS

Grande era o conhecimento dos Primitivos Mestres e grande era a sua sabedoria. A sua visão alcançou as colinas, planícies, florestas, mares e vales. Eram seres milagrosos. Conheciam o futuro. A verdade fora-lhes revelada. Perspicazes, eram capazes de grandes decisões. Ergueram Akanis, Akakor e Akahim. Na verdade, os seus trabalhos eram poderosos, como o eram os métodos que usavam para os criar: a maneira como determinaram os quatro cantos do universo e os seus quatro lados. Os senhores do cosmo, seres do céu e da terra, criaram quatro cantos e quatro lados do universo.

Akakor agora está em ruínas. A grande entrada de pedra está destruída. Cipós crescem no Grande Templo do Sol. Por minha ordem, e de acordo com o Supremo Conselho e os sacerdotes, os guerreiros Ugha Mongulala destruíram a nossa capital há três anos. A cidade teria traído a nossa presença perante os Bárbaros Brancos e, assim, nós abandonamos Akakor. O meu povo fugiu para os abrigos subterrâneos. A última dádiva dos Deuses. Temos treze cidades, profundamente ocultas nas montanhas que se chamam Andes. O seu plano corresponde à constelação de Schwerta, a pátria dos Antigos Pais. A Baixa Akakor fica no centro. A cidade fica assentada numa caverna gigantesca feita pelo homem. As casas, ordenadas em círculo e contornadas por uma muralha decorativa, têm no centro o Grande Templo do Sol. Tal como na parte superior de Akakor, a cidade está dividida por duas ruas em cruz, que correspondem aos quatro cantos e aos quatro lados do universo. Todas as estradas lhes são paralelas. O maior edifício é o Grande Templo do Sol, com torres que sobem além dos edifícios onde estão instalados os sacerdotes e os seus criados, do palácio do príncipe, das instalações dos guerreiros e das mais modestas casas do povo. No interior do templo há doze entradas para os túneis que ligam a Baixa Akakor com outras cidades subterrâneas. Têm paredes inclinadas e um teto liso. Os túneis são suficientemente largos para comportar cinco homens lado a lado. Qualquer das outras cidades fica a grande distância de AKAKOR.

Doze das cidades – Akakor, Budo, Kish, Boda, Gudi, Tanum, Sanga, Rino, Kos, Amam, Tata e Sikon – são iluminadas artificialmente. A luz altera-se de acordo com o brilho do Sol. Só Mu, a décima terceira e a menor das cidades, tem altas colunas, que atingem a superfície. Um enorme espelho de prata espalha a luz do Sol sobre toda a cidade. Todas as cidades subterrâneas são cruzadas por canais que trazem água das montanhas. Pequenos afluentes fornecem edifícios individuais e casas. As entradas na superfície estão cuidadosamente disfarçadas. Em caso de emergência, os subterrâneos podem ser desligados do mundo exterior por grandes rochas móveis que servem de portões. Nada sabemos da construção da Baixa Akakor. A sua história perdeu-se na escuridão do mais remoto passado. Mesmo os soldados alemães que viveram com o meu povo não conseguiram esclarecer este mistério. Durante anos mediram os subterrâneos dos Deuses, exploraram o sistema de túneis e procuraram o sistema de respiro, mas sem terem o mínimo êxito. Os nossos Primitivos Mestres construíram as habitações subterrâneas de acordo com os seus próprios planos e leis, que nos são desconhecidos.

Daqui governavam o seu vasto império, um império de 362.000.000 de indivíduos, tal como se afirma na Crônica de Akakor:

E os Deuses governaram Akakor. Governaram sobre os homens e sobre a Terra. Tinham navios mais rápidos que o voo das aves, navios que atingiam os pontos a que se destinavam sem velas nem remos, tanto de dia como de noite. Tinham pedras mágicas por onde viam a distância, de modo que podiam ver cidades, rios, colinas, e lagos. Tudo quanto acontecia na Terra e no Céu se refletiam nessas pedras. Mas as habitações subterrâneas eram as mais maravilhosas. E os Deuses deram-nas aos seus Servos Escolhidos como última dádiva. Para os Primitivos Mestres são do mesmo sangue e têm o mesmo pai. Durante milhares de anos, as habitações subterrâneas protegeram os Ugha Mongulala dos seus inimigos e suportaram duas catástrofes. Os ataques das tribos selvagens não tinham êxito contra os seus portões. No interior, os últimos homens da minha raça esperam a vinda dos Bárbaros Brancos, que avançam pelo Grande Rio, num número infinito, tal como formigas. Os nossos sacerdotes profetizaram que em última análise descobrirão Akakor e que nela encontrarão a sua própria imagem. Então o circulo fechar-se-á.

II - A HORA ZERO

10.481 A. C. – 10.468 A. C.

O velho épico hindu Mahabharata conta como os Deuses e os Titãs lutaram para ter o domínio da Terra. De acordo com Platão, o lendário império da Atlântida atingiu o seu ponto mais elevado neste período. O cientista germano-boliviano Posnansky acredita na existência de um enorme império na região da cidade boliviana, agora em ruínas, de Tiahuanaco. Segundo a opinião de alguns historiadores e etnólogos, as principais divisões raciais do Homo sapiens da última época glacial desenvolveram-se cerca de 13.000 a. C.: Mongóis na Ásia, Negros na África e Caucasianos na Europa. As principais fixações no continente europeu encontram-se nas regiões costeiras. As descobertas arqueológicas de Altamira e da Amazônia confirmam pela primeira vez a existência de humanos no continente sul-americano.

A PARTIDA DOS PRIMITIVOS MESTRES

A história do meu povo, registrada na Crônica de Akakor, aproxima-se do seu fim. Os sacerdotes afirmam que dentro em pouco se passará o tempo; pouco mais temos que alguns meses. Então o destino dos Ugha Mongulala será cumprido. E quando vejo o desespero e a miséria do meu povo não posso deixar de acreditar nestas profecias. Os Bárbaros Brancos estão penetrando cada vez mais no nosso território. Vieram do leste e do oeste como um fogo assoprado por um forte vento e espalharam um manto de escuridão sobre o país, para o poderem dominar. Mas se os Bárbaros Brancos pensassem, chegariam à conclusão de que não podemos apoderar-nos do que não nos pertence. Então compreenderiam que os Deuses nos deram uma grande mansão para a partilharmos e a gozarmos. Mas os Bárbaros Brancos querem ter tudo só para si. Os seus corações são duros, não se comovem, mesmo quando realizam as mais terríveis ações. Assim, nós, os Índios, temos de nos afastar, e ter esperança de que os nossos Primitivos Mestres possam um dia voltar, tal como está escrito , com boas palavras e numa escrita clara:

No dia em que os Deuses abandonaram a Terra chamaram Ina. Deixaram a sua herança ao servo de maior confiança: “Ina, vamo-nos embora para os nossos lares. Ensinamos-te sabedoria e demos-te bons conselhos. Voltamos para junto dos que são iguais a nós. Vamos para casa. O nosso trabalho está feito. Os nossos dias de viver aqui, acabados. Conserva-nos na tua memória e não nos esqueças. Porque somos irmãos do mesmo sangue e temos o mesmo pai. Voltaremos quando estiverdes ameaçados. Mas agora fique com as Tribos Escolhidas. Levem-nas para as moradias subterrâneas, para as proteger da catástrofe que se aproxima”. Estas foram as suas palavras. Isso foi o que eles disseram quando se despediram. E Ina viu como os navios os levavam para o céu, com fogo e trovões. Desapareceram por cima das montanhas de Akakor, e só Ina os viu partir. Mas os Deuses deixaram atrás de si um rastro de sabedoria e bom senso. Eram considerados e venerados como se fossem sagrados. Eram um sinal dos Antigos Pais. E Ina reuniu os mais velhos do seu povo num Conselho e disseram-lhes quais tinham sido as últimas instruções dos Deuses. E ordenou uma nova contagem do tempo para comemorar a partida dos Primitivos Mestres. Esta é a história escrita dos Servos Escolhidos, A Crônica de Akakor.


Na hora zero (10.481 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos) os Deuses deixaram a Terra. Deram o sinal de um novo capítulo na história do meu povo. Mas nessa época nem sequer Ina, seu mais leal servo e primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, previa os terríveis acontecimentos que se sucederiam. O Povo Escolhido estava angustiado com a partida dos Primitivos Mestres e atormentado pelo desalento e pela angústia. Só a imagem dos Deuses ficou nos corações dos Servos Escolhidos. Com olhos ardentes, perscrutavam o céu, mas os navios dourados não voltavam. Os céus mantinham-se vazios – nem a mínima brisa, nem qualquer som. O céu conservava-se desabitado.

A LINGUAGEM DOS DEUSES

Na língua dos Bárbaros Brancos, Ugha significa “aliado”, “partidário”; Mongu significa “escolhido”, “exaltado”, e Lala significa “tribos”. Os Ugha Mongulala são as Tribos Escolhidas Aliadas. Uma nova era iniciou-se para eles depois da partida dos Primitivos Mestres. Os Deuses superiores já não governam o seu império, cujos limites ficavam a muitas luas de distância. Os Ugha Mongulala governavam entre dois oceanos, ao longo do Grande Rio, até as baixas colinas do norte, e mais além, na extensão das planícies do sul. Os 2.000.000 que compreendem as Tribos Escolhidas governaram um império de 362.000.000 de pessoas, desde que os Primitivos Mestres dominaram as outras tribos no decorrer dos séculos. Os Ugha Mongulala governaram vinte e seis cidades, muitas fortificações poderosas e as habitações subterrâneas dos Deuses. Só três complexos de templos – Salazere, Manoa e Tiahuanaco – ficavam de fora da sua jurisdição, por explícitas instruções dos Antigos Pais. Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, tinha a seu cargo enormes tarefas. Conheço poucos pormenores acerca do período que se seguiu à partida dos Primitivos Mestres. A primeira Grande Catástrofe estende-se como um véu sobre os acontecimentos dos primeiros treze anos da história do meu povo. De acordo com os sacerdotes, Ina governou o maior império que jamais existiu. Este era chefiado pelos Ugha Mongulala, que faziam com que as suas leis fossem obedecidas. Os seus guerreiros protegiam as fronteiras dos ataques das tribos selvagens. 362.000.000 de aliados prestavam-lhes vassalagem, mas depois da primeira Grande Catástrofe revoltaram-se contra as leis dos Ugha Mongulala. Rejeitaram os legados dos Deuses e dentro em pouco esqueciam a sua língua e a sua escrita. Degeneraram. O quíchua, como os Bárbaros Brancos chamam à nossa língua, consta de simples e boas palavras, que são suficientes para descrever todos os mistérios da natureza. Nem sequer os Incas conhecem a escrita dos Deuses. Há mil e quatrocentos símbolos, que têm diferentes significados, segundo a sua sequência. Os sinais mais importantes traduzem a vida e a morte, representadas pelo pão e pela água. Todos os inícios da crônica começam e acabam com estes símbolos. Depois da chegada dos soldados alemães, em 1942, de acordo com o calendário dos Bárbaros Brancos, os sacerdotes começaram a registrar os acontecimentos também na escrita das Tribos Aliadas. Língua, serviço da comunidade, veneração pelas pessoas idosas e respeito pelo príncipe são as coisas mais importantes documentadas anteriormente a primeira Grande Catástrofe. São evidência de fato, nos dez mil anos da sua história, o meu povo ter só uma finalidade: preservar o legado dos Primitivos Mestres.

SINAIS LUMINOSOS NO CÉU

Houve estranhos sinais no céu. A penumbra cobriu a face da Terra. O Sol ainda brilhava, mas havia uma névoa cinzenta, grande e intensa, que começava a esconder a luz do dia. Estranhos sinais viam-se no céu. As estrelas eram como tristes pedras. Uma neblina venenosa cobria as colinas. Um fogo malcheiroso pendurava-se nas árvores. Um Sol vermelho. Um caminho cruzado sobrepunha-se. Negro, vermelho, todos os quatro cantos do mundo estavam vermelhos.

A primeira Grande Catástrofe alterou a vida do meu povo e a face do mundo. Ninguém pode imaginar o que aconteceu naquela época, treze anos depois da partida dos Primitivos Mestres. A catástrofe foi enorme, e a nossa crônica relata-a com terror:

Os Servos Escolhidos ficaram temerosos e aterrorizados. Já não viam o Sol, a Lua ou as estrelas. A confusão e a escuridão reinavam por toda à parte. Estranhas imagens passavam sobre as suas cabeças. Do céu caia resina, e ao entardecer os homens desesperavam em busca de comida. Matavam os seus próprios irmãos. Esqueceram o testamento dos Deuses. Começara a era do sangue.

O que aconteceu nesta época, quando os Deuses nos deixaram? Quem foi o responsável que fez regredir o meu povo ao abatimento durante seis mil anos? Uma vez mais, os nossos sacerdotes podem interpretar os acontecimentos devastadores. Dizem que no período antes da hora zero existiu também outra nação de deuses que eram hostis aos nossos Primitivos Mestres. De acordo com as imagens do Grande Templo do Sol de Akakor, as estranhas criaturas pareciam-se com humanos. Tinham muito cabelo e uma pele avermelhada. Tal como os homens, tinham cinco dedos nas mãos e nos pés. Mas dos ombros saiam-lhes cabeças de serpentes, tigres, falcões e outros animais. Os nossos sacerdotes dizem que estes deuses também governaram um enorme império. Também possuíam o conhecimento que os tornava superiores aos homens e iguais aos Primitivos Mestres. As duas raças de deuses que estão representadas nas imagens do Grande Templo do Sol de Akakor começaram a guerrear-se. Queimaram o mundo com calor solar, e cada um tentou tirar ao outro o seu poderio. Iniciou-se uma tremenda guerra entre os planetas e esta guerra levou o meu povo à perdição. No entanto, pela primeira vez, a providência dos Deuses salvou os Ugha Mongulala . Recordando as últimas palavras dos nossos Primeiros Mestres, que anunciavam a catástrofe, Ina comandou a retirada para as moradias subterrâneas. Reuniram-se os mais velhos do povo. Obedeceram às ordens de Ina. “Como poderemos nos proteger? Os sinais estão cheios de ameaças”, diziam eles. “Vamos seguir as ordens dos Deuses e albergar-nos nos abrigos subterrâneos. As nossas ideias não serão suficientes para toda uma nação? Nenhum de nós deve faltar”. Foi assim que eles falaram. Foi assim que eles decidiram. E a multidão reuniu-se. Atravessaram as águas. Desceram as ravinas e cruzaram-nas. Chegaram ao fim, onde as quatro estradas se cruzam, na moradia dos Primitivos Mestres, protegidos no interior das montanhas.

Isto é uma história contada pela Crônica de Akakor. E assim se cumpriu a ordem de Ina. Com confiança na promessa dos Primitivos Mestres, o povo de Ugha Mongulala mudou-se para a Baixa Akakor, para se proteger da iminente catástrofe. Aqui ficaram eles até a Terra se aquietar, tal como uma ave se esconde atrás de uma rocha quando a tempestade se aproxima. Os Ugha Mongulala estavam salvos da catástrofe porque haviam confiado nos Antigos Pais.

O ano 13 (10.468 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos) é um ano fatídico na história do meu povo. Depois de se terem refugiado nos subterrâneos, a Terra foi atingida pela maior catástrofe de que há memória. Excedeu mesmo a segunda Grande Catástrofe, seis mil anos mais tarde, quando as águas do Grande Rio inundaram a região. A primeira Grande Catástrofe destruiu o império dos nossos Primitivos Mestres e matou milhares de pessoas.

Isto é o relato de como os homens morreram. O que aconteceu à Terra? Quem a fez tremer? Quem fez dançar as estrelas? Quem fez as águas brotarem das rochas? Numerosos eram os flagelos que atingiam os homem. Estava sujeito a várias calamidades. Estava terrivelmente frio e um vento gelado soprava sobre a Terra. Estava excessivamente quente e a própria respiração das pessoas queimava-as. Homens e animais fugiam em pânico. Desesperados, corriam de um lado para o outro. Tentavam trepar nas árvores, mas as árvores repeliam-nos. Tentavam alcançar as cavernas. Contudo, estas debatiam-se e sepultavam-nos. O chão tornava-se teto, e o teto desaparecia nas profundidades. O som e a fúria dos Deuses não se acalmavam. Até os abrigos subterrâneos começaram a tremer. A primeira referência da forma do continente antes da primeira Grande Catástrofe reporta-se à partida dos Primitivos Mestres. Depois desse tempo, diferia consideravelmente da sua forma atual. Era muito mais fria e a chuva caía regularmente. Os períodos de seca e de chuva eram mais distintos uns dos outros. Ainda não havia grandes florestas. O Grande Rio era menor e desaguava em ambos os oceanos. Os afluentes ligavam-no ao lago gigante, onde os Deuses erigiram o templo de Tiahuanaco, na costa sul. A primeira Grande Catástrofe remodelou a face da Terra. O curso dos rios foi alterado e a altura das montanhas e a força do Sol modificaram-se. Os continentes ficaram inundados. As águas do grande Lago voltaram ao oceano. O Grande Rio foi cortado por uma nova montanha e agora corre apressadamente para leste. Enormes florestas surgiram nas suas margens. Um calor úmido espalhou-se pelas regiões orientais do império. A oeste, onde se ergueram montanhas gigantescas, as pessoas gelavam no tremendo frio das altitudes. A Grande Catástrofe causara tremendas devastações, tal como fora predito pelos Primitivos Mestres. E a mesma coisa acontecerá na futura catástrofe, que os nossos sacerdotes calcularam de acordo com a rota das estrelas. Porque a história da humanidade cumpre-se segundo rotas preestabelecidas: tudo se repete, tudo volta num ciclo que dura seis mil anos. Os nossos Primitivos Mestres ensinaram-nos esta lei. Passaram-se seis mil anos desde a última Grande Catástrofe e seis mil anos se passaram desde que os nossos Primitivos Mestres nos deixaram pela segunda vez. Mais uma vez apareceram nos céus sinais ominosos. Os animais fogem em pânico. Surgem guerras. As leis são desrespeitadas. Enquanto os Bárbaros Brancos, por pura arrogância, destroem o elo entre a natureza e o homem, aproxima-se o cumprimento do destinado. Eles sabem-no e esperam com resignação. Porque acreditam no legado dos seus Primitivos Mestres. Com a imagem dos Deuses no coração, seguem-lhes, as pegadas. Seguem os que são do mesmo sangue e tem o mesmo pai.

III- A ERA DA ESCURIDÃO

10.468 A. C. – 3.166 A. C.

O cientista germano-boliviano Posnansky calcula que Tiahuanaco, foi destruída cerca de 10.000 a. C. Os geólogos referem-se às extraordinárias modificações de clima que podem ter sido causadas pela deslocação do eixo da Terra. A Época Neolítica, que começou por volta de 5.000 a. C., viu importantes inovações culturais, acrescentadas por transformações econômicas de longo alcance: a transição para a agricultura e para os sistemas econômicos produtivos. O homem neolítico cultivava cereais selvagens e criava carneiros, cabras e porcos. Instalaram-se grandes famílias em aldeias e mais tarde em cidades fortificadas. Entre 8.000 e 6.000 a. C., Jericó foi considerada como estágio preliminar das altas civilizações urbanas, embora os egiptólogos suspeitem de uma cultura mais antiga no vale do Nilo. Descobertas arqueológicas em Eridu e Uruk referem-se aos primeiros edifícios sagrados. Encontraram-se as primitivas placas de argila. Palavras e sinais fonéticos substituíram a primitiva escrita pictórica. Em todas as civilizações se observa um considerável cuidado com os mortos. Vários dilúvios e catastróficas erupções vulcânicas, provavelmente cerca de 3.000 a. C., são descritos na Bíblia como o Grande Dilúvio. A América do Sul continua a ser colonizada por vagas de imigrantes vindos da Ásia.

O COLAPSO DO IMPÉRIO

Verdadeiramente, os Bárbaros Brancos são um povo poderoso. Governam o céu e a terra e são ao mesmo tempo ave, verme e cavalo. Pensam que estão vendo a luz, mas, no entanto, vivem na escuridão e no mal. E o pior é que negam o seu próprio Deus e lutam eles próprios serem deuses e para nos fazer acreditar que governam o mundo. Mas os Deuses são ainda maiores e mais poderosos que todos os Bárbaros Brancos juntos. Ainda são eles que decidem quem, entre nós, deve morrer e quando. Tranquilidade, sol, água e fogo servem-nos primeiro. Porque os Deuses não permitem que descubram os seus segredos. Os nossos sacerdotes dizem que farão um julgamento que libertará os Bárbaros Brancos do fardo dos seus erros. Cairá uma chuva contínua que, lavando, tirará toda a escuridão dos seus corações. As águas subirão cada vez mais e lavarão a maldade e a ambição do poder e da riqueza. Tal como acontecera já há mil anos, tudo isto foi registrado na crônica com boas palavras e numa escrita clara:

Três luas passaram e três vezes três luas. Então as águas dividiram-se. A Terra acalmou de novo. As correntes seguiram diferentes cursos. Perderam-se por entre as colinas. Altas montanhas se ergueram em direção ao Sol. A Terra modificou-se quando os Servos Escolhidos deixaram as moradias subterrâneas, e grande foi a sua mágoa. Ergueram o rosto para o céu. Os seus olhos procuraram as planícies, os rios e os lagos. A verdade era terrível; a destruição medonha. E Ina reuniu o Conselho dos Velhos. As Tribos Escolhidas juntaram dádivas: joias, mel das abelhas e incenso. E sacrificaram-nos para fazer com que os Deuses voltassem a Terra. Mas o céu manteve-se vazio. A era do jaguar começara: época de sangue quando tudo foi destruído. Assim foi separado o elo entre os Primitivos Mestres e os seus servos. E principiou uma nova vida. Os anos de sangue, o período entre o ano 13 e o ano 7315, é a mais escura época na história do meu povo. A Crônica de Akakor não se refere a estes acontecimentos. Durante milhares de anos não há registros de qualquer espécie. A transmissão oral também é pobre e entremeada com escuras profecias. Foi uma época medonha. O selvagem jaguar veio e devorou carne humana. Esmigalhou os ossos dos Servos Escolhidos. Arrancou as cabeças dos seus servos. A escuridão envolveu a Terra.

Depois da primeira Grande Catástrofe, o império ficou numa situação desesperadora. As moradias subterrâneas aguentaram os terríveis desmoronamentos e nenhuma das treze cidades foi destruída, mas muitas das vias que ligavam os limites do império ficaram bloqueadas. A sua misteriosa luz extinguira-se como uma vela assoprada pelo vento. As vinte e seis cidades foram destruídas por uma tremenda inundação. Os recintos dos templos sagrados de Salazere, Tiahuanaco e Manoa ficaram em ruínas, destruídos pela terrível fúria dos Deuses. As patrulhas enviadas trouxeram a notícia de que muito pouco das Tribos Aliadas haviam sobrevivido à catástrofe. Obrigados pela fome, abandonaram as suas velhas instalações e penetraram no território dos Ugha Mongulala, trazendo atrás de si a morte e a perdição. Desespero, desânimo e miséria espalharam-se por todo o império. Travaram-se renhidos combates nas últimas regiões férteis. O domínio das Tribos Escolhidas chegara ao fim.

Este foi o início do inglório fim do império. Os homens haviam perdido a razão. Andavam nos campos com as mãos pelo chão. Tremiam de medo e terror. Estavam abatidos. Tinham o espírito confuso. Atacavam-se uns aos outros como animais. Matavam o seu vizinho e comiam-lhe a carne. Na verdade, foram épocas horríveis. O terrível período entre a primeira e a segunda Grande Catástrofe, de 10.468 a.C. a 3.166 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros Brancos, trouxe o meu povo até a beira da extinção. Tribos degeneradas que haviam sido aliadas dos Ugha Mongulala antes da primeira Grande Catástrofe fundaram os seus próprios impérios. Derrotaram os exércitos dos Ugha Mongulala e fizeram-nos recuar até as portas de Akakor no nosso ano de 4.130. As tribos dos Degenerados formaram uma aliança. Disseram: “Como podemos nós tratar com os nossos primitivos chefes? Na verdade, eles ainda são poderosos”. De modo que se reuniram em conselho. “Façamos uma emboscada e matemo-los. Não somos mais numerosos? Não somos mais que suficientes para os “vencer”? E todas a tribos se armaram. Juntaram-se em grande número. A massa dos seus guerreiros estendeu-se mais longe do que os olhos podiam alcançar. Queriam tomar Akakor de assalto. Marcharam em formação para matar o príncipe Uma. Mas os Servos Escolhidos tinham-se preparado Mantiveram-se no cume da montanha. O nome da montanha era Akai. Todas as Tribos Escolhidas se haviam reunido junto de Uma quando os Degenerados se aproximaram. Vinham gritando, com arcos e setas. Cantavam canções de guerra. Berravam e assobiavam metendo os dedos na boca. E assim precipitavam-se contra Akakor.

Neste ponto A Crônica de Akakor é imprecisa. Os nossos sacerdotes contam que os Ugha Mongulala perderam a batalha e Uma morreu. Os sobreviventes retiraram para as suas habitações subterrâneas. A derrota na montanha de Akai representa o ponto mais baixo da infelicidade do meu povo. Tal como os Bárbaros Brancos, que negam os Deuses e se consideram para além das leis, os Ugha Mongulala arrastaram-se cada vez mais na humilhação. Confundidos com este incompreensível acontecimento, começaram a adorar árvores e rochas, até mesmo a sacrificar animais e seres humanos. Cometeram então o mais vergonhoso crime dos dez mil anos da história do meu povo.
E eis como aconteceu. Quando Uma foi morto na batalha contra as Tribos Degeneradas, o grande-sacerdote recusou que o seu filho Hanan entrasse nos secretos recintos dos Deuses e sem o respeito devido aos Antigos Pais, começou a governar o povo como considerou melhor. Estávamos no ponto máximo da era do sangue, época em que era chefe o selvagem jaguar.
Porque sofreu o meu povo estes crimes? Porque é que os mais velhos toleraram a má conduta do grande-sacerdote? Só há uma explicação. Depois da partida dos Deuses, só certas pessoas tinham consciência da sabedoria dos Primitivos Mestres. Os sacerdotes já não transmitiam os seus conhecimentos. Ensinavam a história dos Antigos Pais só aos de grande confiança. O seu poder tornava-se maior à medida que desaparecia o seu sagrado legado. Dentro em pouco só eles se sentiam responsáveis pelos acontecimentos da terra e do céu. Durante milhares de anos, os sacerdotes governaram onipotentes os Ugha Mongulala. Isto é o que contam os nossos antepassados. E deve ser verdade, porque só a verdade se mantém através do tempo na memória do homem.

A SEGUNDA GRANDE CATÁSTROFE

Terrível é a história. Terrível é a verdade. Os Servos Escolhidos ainda viviam nas habitações dos Deuses – seis mil anos. O sagrado legado havia sido esquecido. A sua escrita tornara-se ilegível. Os seus servos tinham traído o combinado com os Deuses. Viviam para além de todas as fronteiras como animais da floresta Andavam com as mãos e os pés no chão. Cometiam-se crimes à luz do dia. E os Deuses sentiam-se com estas atitudes. Os seus corações enchiam-se de tristeza devido à maldade do homem. E disseram: “Castigaremos o povo. Arrancá-lo-emos da terra - homens e gado, vermes e pássaros do céu – porque desprezaram o nosso legado”. E os Deuses começaram a destruir o povo. Enviaram uma poderosa estrela, cuja cauda vermelha cobria todo o céu. E enviaram fogo mais vivo que um milhar de sóis. O grande julgamento começou. Durante treze luas caiu chuva. As águas do oceano subiram. Os rios corriam às avessas. O Grande Rio transformou-se num imenso lago. E o povo foi destruído. Todos morreram afogados no terrível dilúvio

Os Ugha Mongulala sobreviveram à segunda Grande Catástrofe da história da humanidade. Protegidos nas habitações subterrâneas dos seus Primitivos Mestres, observando a destruição da Terra com temor. Enquanto os Servos Escolhidos sabiam que estavam inocentes da primeira Grande Catástrofe, agora se acusavam como responsáveis pelo segundo terrível acontecimento. Surgiram lutas e querelas. Rompeu uma guerra civil na Baixa Akakor, que levaria o meu povo à extinção se não tivesse acontecido o que desde há muito era previsto pelos sacerdotes. Quando a necessidade era premente, os Primitivos Mestres voltaram. E o seu regresso abre um novo capítulo na história dos Ugha Mongulala, o segundo livro da Crônica de Akakor. O primeiro livro acaba com os feitos de Madus, um corajoso guerreiro dos Ugha Mongulala, que, mesmo nos momentos mais difíceis, não perdera a fé no legado dos Deuses, tal como se escreve na crônica.

Madus atreveu-se a seguir a estrada que leva à superfície da Terra. Sem recear nem tempestades nem água, ele continua o seu caminho. Olha com tristeza o país devastado. Não via nem pessoas nem plantas – só animais e aves assustadas que voavam sobre o infinito lençol de água, até que cansadas caíam. Isto viu Madus. E ficava ao mesmo tempo triste e irritado. Arrancou tocos de árvores do solo inundado. Juntou madeira flutuante. Construiu uma jangada para auxiliar os animais. Arranjou um casal de cada dois jaguares, duas serpentes, duas antas e dois falcões. E as águas que subiam elevavam mais a jangada para as montanhas, no cume do monte Akai, a montanha de destino das Tribos Escolhidas. Aqui, Madus deixou os animais irem para a terra e os pássaros voarem. E quando, depois de treze luas, as águas baixaram e o sol desfez as nuvens, voltou para Akakor e narrou o fim da terrível era do sangue.

FONTE: A Crônica de Akakor KARL BRUGGER Prefácio de ERICH VON DANIKEN Tradução de BERTHA MENDES LIVRARIA BERTRAND.
A linguagem dos cordões

Gonzáles de la rosa, que viveu muito tempo no Peru, refere-se as declarações do quipocamaio (interprete dos quipós incas) Catari, que, tendo se retirado para Cochabamba no século XVI, traduziu para os jesuítas a linguagem dos enigmáticos cordões com nós.
O manuscrito da tradução foi entregue por volta de 1625 pelo cônego de Chuquisaca (Sucre), Bartolomé Cervantes, ao jesuíta A. Oliva. A partir de então, o documento manteve-se secreto – na Biblioteca do Vaticano-, mas o essencial do seu conteúdo é conhecido.
Eis em resumo a tradução do velho Catari comentada por Gonzales dela Rosa.
O nome primitivo de Tiahuanaco era Chucara. A cidade era inteiramente subterrânea e o que existia na superfície era apenas a estância de corte de pedras e a aldeia dos operários.
A cidade subterrânea seria a chave de uma espantosa civilização que remonta aos tempos mais recuados. Tinha-se acesso à cidade por várias entradas que foram vistas pelo grande naturalista francês Alcide d’Orbigny e pelos viajantes Tschudi, Castelnau e Squier, os quais falam em galerias sóbrias e fétidas que desembocam na Praça de Tiahuanaco.
Essa cidade subterrânea fora edificada para permitir que os habitantes ali encontrassem uma temperatura mais agradável, o que prova bem que a altitude nunca variou. Perto do lago Titicaca existia um palácio de que não restam vestígios, pois sua construção deve remontar, segundo os textos, á época ““ da criação do mundo ““.
O primeiro senhor de Chucara, quer dizer Casa do Sol, chamava-se Huyustus; ele dividira o globo em vários reinos. Os últimos habitantes de Chucara não foram os Aimaras mas os Quéchas.

Em Tiahuanaco, os mortos eram enterrados deitados. Nas ilhas do lago vivia uma raça branca e barbuda.

 800 KILOMETROS DE SUBTERRANEOS MAIAS
O Coronel Percy Fawcett desapareceu, segundo se acredita, lá pelas imediações da Serra do Roncador, Mato Grosso, onde até os dias atuais os chamados Discos Voadores têm um notável ponto de atividades. Essa serra, diga-se de passagem, tem este estranho nome pelo fato de as pedras "roncarem" - existem algumas tribos de índios dotados de pele branca e também portadores de feições não condizentes com os padrões tradicionais. Por outro lado, essas regiões malditas, e, portanto tabus, onde precisamente se situam tais pirâmides e outros bizarros monumentos, já sabemos que os radares de penetração subterrânea descobriram uma vasta rede de profundos túneis e galerias que atingem cerca de 800 quilômetros de extensão! Por todo o planeta acham-se espalhados os enigmáticos vestígios de uma adiantada cultura que foi transmitida às perdidas civilizações, não se sabe exatamente por quem. Hoje supostamente atribuídas aos Maias, Aztecas, Toltecas e muitas outras raças -. Contudo, tal hipótese carece de consistência, uma vez que os Maias simplesmente desapareceram da face da Terra, jamais tendo sido encontrados quaisquer vestígios da sua avançada cultura. Na verdade, e conforme já está sendo provado, TODO o Continente da América do Sul, como também a América Central, é percorrida por essas galerias numa extensão incalculável e assombrosa. Essa gigantesco trabalho, obviamente fruto de uma civilização muito mais antiga e desconhecida, necessitou sem dúvida alguma de uma tecnologia extraordinária e talvez ainda hoje não disponível! Relembremos que somente sob o complexo de Tikal - atribuído aos Maias e situado na Guatemala - são comprovadamente 800 quilômetros de uma fantástica rede subterrânea que por sinal atravessa o país de um extremo ao outro!

AS PIRÂMIDES DA AMAZÔNIA

Wikileaks confirma objeção dos EUA a Alcântara...

“EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes, revela WikiLeaks
José Meirelles Passos.

RIO – Ainda que o Senado brasileiro venha a ratificar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas EUA-Brasil (TSA, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos não quer que o Brasil tenha um programa próprio de produção de foguetes espaciais. Por isso, além de não apoiar o desenvolvimento desses veículos, as autoridades americanas pressionam parceiros do país nessa área – como a Ucrânia – a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros.

A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 – revelado agora pelo WikiLeaks ao GLOBO. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos. Além de ressaltar que o custo seria 30% mais barato, devido à localização geográfica de Alcântara, os ucranianos apresentaram uma justificativa política: “O seu principal argumento era o de que se os EUA não derem tal passo, os russos preencheriam o vácuo e se tornariam os parceiros principais do Brasil em cooperação espacial” – ressalta o telegrama que a embaixada enviara a Washington. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que “embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”. Mais adiante, um alerta: “Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”.

O Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil. Os ucranianos se ofereceram, em 2008, para convencer os senadores brasileiros a aprovarem o acordo, mas os EUA dispensaram tal ajuda.

Os EUA não permitem o lançamento de satélites americanos desde Alcântara, ou fabricados por outros países mas que contenham componentes americanos, “devido à nossa política, de longa data, de não encorajar o programa de foguetes espaciais do Brasil”, diz outro documento confidencial.
Viagem de astronauta brasileiro é ironizada. Sob o título “Pegando Carona no Espaço”, um outro telegrama descreve com menosprezo o voo do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, à Estação Espacial Internacional levado por uma nave russa ao preço de US$ 10,5 milhões – enquanto um cientista americano, Gregory Olsen, pagara à Rússia US$ 20 milhões por uma viagem idêntica.

A embaixada definiu o voo de Pontes como um gesto da Rússia, no sentido de obter em troca a possibilidade de lançar satélites desde Alcântara. E, também, como uma jogada política visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Num ano eleitoral, em que o presidente Lula sob e desce nas pesquisas, não é difícil imaginar a quem esse golpe publicitário deve beneficiar.  Essa pode ser a palavra final numa missão que, no final das contas, pode ser, meramente ‘um pequeno passo’ para o Brasil” – diz o comentário da embaixada dos EUA, numa alusão jocosa à célebre frase de Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, dizendo que seu feito se tratava de um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a Humanidade.

Wikileaks revela que Araxá é vital para os EUA

Por que Araxá é vital para os EUA?
Cidade está na lista secreta de locais estratégicos para americanos, revela site, por deter maior reserva mundial de nióbio, minério raro usado na indústria espacial
Depois de pôr a política externa americana de cabeça para baixo, o WikiLeaks acaba de entrar em um território sensível não apenas aos EUA, mas a todo o mundo.
 O site revelou nada menos do que a relação de pontos situados mundo afora considerados estratégicos para o governo americano, o que poderia transformá-los em alvos de ataques terroristas. No Brasil, além das jazidas de Araxá, em Minas, estão cabos submarinos e reservas de minério de ferro e manganês.

http://www.tvhoje.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1031:wikileaks-revela-que-araxa-e-vital-para-os-eua&catid=32:alto-e-triangulo&Itemid=47

Nióbio, o metal que só o Brasil fornece ao mundo. Uma riqueza que o povo brasileiro desconhece, e tudo fazem para que isso continue assim. A cada vez mais no dia-a-dia, o tema é abordado em reportagens nas mídias escrita e televisiva, chegando a já ser alarmante. Como é possível que metade da produção brasileira de nióbio seja subfaturada “oficialmente” e enviada ao exterior, configurando assim o crime de descaminho, com todas as investigações apontando de longa data, para o gabinete presidencial? Como é possível o fato do Brasil ser o único fornecedor mundial de nióbio (98% das jazidas desse metal estão aqui), sem o qual não se fabricam turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis, centrais elétricas e super - aços; e seu preço para a venda, além de muito baixo, seja fixado pela Inglaterra, que não tem nióbio algum?

Fontes dignas de atenção indicam que o minério de nióbio bruto era comprado no garimpo a 400 reais/quilo, cerca de U$ 255,00/quilo (à taxa de câmbio atual e atualizada a inflação do dólar).
O nióbio não é comercializado nem cotado através das bolsas de mercadorias, como a London Metal Exchange, mas, sim, por transações intra-companhias.•.
Estima-se que seu preço real seja negociado a $90 dólares/quilo. UM VERDADEIRO ROUBO AO BRASIL E SEU POVO!

Em 1997, FHC, então presidente da república, tentou vender a jazida de nióbio de São Gabriel da Cachoeira – AM por $600 mil reais, sendo que a jazida (ela sozinha suficiente para abastecer todo o consumo mundial de nióbio por 1.400 anos) havia sido avaliada pela CPRM em $1 Trilhão de dólares! Tal ação lesa-pátria foi impedida por um grupo de militares nacionalistas, especialmente o almirante Roberto Gama e Silva. EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio brasileiro. Como é possível em não havendo outro fornecedor, que nos sejam atribuídos apenas 55% dessa produção, e os 45% restantes saindo extraoficialmente, não sendo assim computados.

O Brasil possui 98% das jazidas de nióbio disponível no mundo, sendo o único fornecedor de 45 países dos quais os maiores importadores de ferro-nióbio são os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, a Rússia, os Países Baixos, o Japão, a França, Taiwan, Venezuela, Suécia, México, Colômbia, Coréia do Sul, Arábia Saudita, África do Sul e Luxemburgo. A indústria ótica japonesa compra muito óxido de nióbio como matéria-prima usada na confecção de óculos. Estamos perdendo cerca de 14 bilhões de dólares anuais, e vendendo o nosso nióbio na mesma proporção como se a Opep vendesse a 1 dólar o barril de petróleo. Mas petróleo existe em outras fontes, e o nióbio só no Brasil; podendo lastrear nossa moeda (Real) em nióbio e não em dólar. Não é um descalabro alarmante?

O nióbio é tão indispensável quanto o petróleo para as economias avançadas e provavelmente ainda mais do que ele. Além disso, do lado da oferta, é como se o Brasil pesasse mais do que todos os países da OPEP juntos, pois alguns importantes produtores não fazem parte dela. Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, como fruto de um exaustivo trabalho de pesquisa, faz uma série de denúncias em sua célebre obra “As Veias Abertas da América Latina”. Ao relatar o depoimento de um general brasileiro no Congresso Nacional, durante uma investigação a respeito de atividades clandestinas e legais perpetradas por norte-americanos, em território brasileiro:  “...o general Riograndino Kruel afirmou, diante da comissão de inquérito do Congresso, que “o volume de contrabando de materiais que contém tório e urânio alcança a cifra astronômica de um milhão de toneladas”. Algum tempo antes, em setembro de 1966, Kruel, chefe da Polícia Federal, denunciara a “impertinente e sistemática interferência “de um cônsul dos Estados Unidos no processo aberto contra quatro cidadãos norte-americanos acusados de contrabando de minerais atômicos brasileiros. A seu juízo, se houvesse sido encontrado com eles quarenta toneladas de material radiativo era suficiente para condená-los Pouco depois, três dos contrabandistas fugiram misteriosamente do Brasil. O contrabando não era um fenômeno novo, embora tivesse intensificado muito.

O Brasil perde a cada ano mais de cem milhões de dólares, segundo certas estimativas, somente pela evasão clandestina de diamantes em bruto. Mas na realidade o contrabando só se faz necessário (aqui, Galeano assume, ironicamente a visão dos beneficiados com a espoliação das riquezas brasileiras) em medida relativa. As concessões legais arrancam do Brasil, comodamente, suas mais fabulosas riquezas naturais. Para citar mais um exemplo, a maior jazida de nióbio do mundo, que está em Araxá , pertence à filial da Niobium Corporation, de Nova Iorque. Do Nióbio provêm vários metais que se utilizam... em reatores nucleares, foguetes e naves espaciais, satélites ou simples jatos. A empresa também extrai, de passagem, junto com o nióbio, boas quantidades de tântalo, tório, urânio, pirocloro e terras raras de alto teor mineral.

Bow and Arrow Types in Central Brazil - Smithsonian Report, 1896

NAZISTAS NA AMAZÔNIA.

A Amazônia esteve nos planos de Hitler como um território a ser conquistado pelo III Reich. Uma enorme cruz de madeira ostenta uma suástica nazista no cemitério de uma ilhota sem nome do Rio Jari, entre os estados do Amapá e Pará. É o que resta da expedição nazista que chegou a Belém em 1935 e durante dois anos explorou a geologia, fauna e flora da Amazônia. Preparando a invasão. Um livro de 1938 achado recentemente num sebo em Berlim traz anotações precisas da expedição. Intitulado "Mistérios do Inferno da Mata Virgem", o diário do geologista e piloto Otto Schulz-Kampfhenker, revela que os quatro oficiais alemães teriam outros interesses que os científicos - buscavam os acessos e caminhos do Amapá até a Guiana Francesa, região estratégica a ser ocupada na guerra que se aproximava. Os exploradores levaram 11 toneladas de suprimentos e munição para 5 mil tiros. Enviaram para a Alemanha as peles de 500 mamíferos diferentes, centenas de répteis e anfíbios e 1.500 objetos arqueológicos. Produziram 2.500 fotografias e 2.700 metros de filme 35 mm que mostram índios, caboclos, animais, peles, cobras e outros espécimes exóticos do mundo tropical. Eles também aproveitaram para testar um hidroavião com flutuadores de compensado de madeira, técnica inédita na época, e algumas armas e equipamentos não detalhados no livro ."Papai grande". A missão foi repleta de incidentes. O piloto errou duas vezes a rota de Arumanduba, de onde partiriam. Somente ao chegarem ao rio descobriram que era raso, encachoeirado e pedregoso, inviabilizando o uso da aeronave. O jeito foi seguir a pé e de barcos, com a contratação de caboclos para fazer o trabalho braçal. Os alemães apreciaram o tipo indígena dos aparaís: "construído como um atleta olímpico (...) parecendo uma estátua de bronze modelada por um artista". Fizeram amizade com eles apresentando-se como "filhos do Papai Grande da Ciência" e moraram na aldeia durante quase um ano, período em que Schulz teve uma filha com uma das nativas. A expedição, porém, continuava azarada. Um dos alemães, Joseph Greiner, contraiu malária e morreu poucos dias depois. Foi enterrado ali mesmo, numa ilha do Rio Jari, onde está a cruz com a suástica. A expedição prosseguiu por mais um ano, até fevereiro de 1937, com ajuda de caboclos e índios. Malária, repetidos acidentes e apendicite atacaram os alemães. Otto quase perdeu a vida ao tentar subir as violentas corredeiras do rio. Para os índios, os alemães estavam sendo castigados por terem matado uma sucuri de sete metros, animal sagrado cuja morte traz azar. 

A expedição terminou e os sobreviventes retornaram à Alemanha. Em seu diário, Otto anotou que concluíram a maioria das experiências técnicas "em prol de missões maiores no futuro". A Amazônia resiste! Os alemães sempre tiveram um interesse especial pela terra brasileira; Euclides da Cunha, em "Os Sertões", mostrou como eles cartografaram detalhadamente a geologia e geografia nacionais havia muito tempo. Também é germânica a descoberta de que Goiás tem o solo mais antigo do planeta! .Além dos nazistas, os capitalistas tentaram a sorte na Amazônia e foram derrotados: em 1927, Henry Ford, comprou cerca de um milhão de hectares na selva, junto ao rio Tapajós, e iniciou uma gigantesca plantação de borracha, a Fordlândia! O projeto durou 18 anos até ser tragado pela selva. Em 1967, o homem mais rico dos EUA, Daniel K. Ludwig, também fracassou com sua fábrica de celulose flutuante denominada Projeto Jari. Mas estas histórias ficam para outro dia... (fonte principal: pesquisador Cristóvão Lins/Jari, a quem agradecemos).

Detalhe da suástica na parte superior da cruz de Joseph Greiner!

E seja lá qual tenha sido essa misteriosa civilização que se espalhou pelas Américas, todas as pistas então se unem, convergem e interagem, para solucionar esse intrigante mistério. Os conquistadores espanhóis, bem como os colonizadores portugueses do Brasil, ouviram dos índios os sempre insistentes relatos sobre a existência dessas cidades perdidas em meio às densas selvas - as quais, tão reverenciadas, temidas e sagradas que nem mesmo esses silvícolas ousavam se aproximar. Cidades conhecidas como Muribeca, Paititi, Eldorado (e principalmente as três cidades dos "deuses" chamadas Akhaim, Akhanis e Akhakor) talvez não tenham sido meramente lendas, mas, sim, tradições HISTÓRICAS passadas de geração em geração pelos ancestrais desses índios. Manoa ou Eldorado, assim como foi batizada pelos espanhóis, Expedições nazistas foram comprovadamente enviadas ao Tibete e até mesmo à Floresta Amazônica Brasileira, nesse caso em busca das três cidades perdidas (Akhaim, Akhanis, Akhakor) em uma das quais os "deuses" teriam deixado há milênios um certo objeto que já começara a emitir sinais!

Vejam o depoimento do Coronel Holanda da FAB;

UFO — Durante essa época, o senhor tomou conhecimento de algum tipo de descoberta relacionada à Arqueologia ou alguma observação, feita por militares na Amazônia, ligada a esse tipo de programa?
Hollanda — Sim, alguns colegas tiveram experiências do gênero, principalmente um amigo meu, que relatou que estava sobrevoando a selva e ficou surpreso ao ver uma formação piramidal coberta pela vegetação, no meio do nada. Parece que ali tinha existido algum núcleo de uma civilização muito antiga e que fora abandonada, tendo a selva tomado conta de tudo. Mas havia uma formação piramidal nítida, com ângulos perfeitos no Amazonas. Só não posso precisar exatamente onde. Mas, se não me engano, foi na região do Rio Jaguari. Isso me foi relatado pelo coronel Valério. Entrevista histórica com o Coronel Uyrangê Bolívar Soares Nogueira de Hollanda Lima

O Enigma das Pirâmides Amazônicas
Entre os mistérios da floresta estão formações geológicas piramidais cultuadas como monumentos pelos nativos.

No livro A Crônica de Akakor, o jornalista alemão Karl Brugger descreve uma das inúmeras lendas disseminadas na Amazônia sobre a existência de uma suposta civilização antiga que estaria localizada na Serra do Gupira, região do alto Rio Negro. Tal civilização, muito evoluída no passado, teria desaparecido antes mesmo do descobrimento do Brasil. Brugger conta que sua descoberta começou em 1971, numa rua de Manaus, onde o piloto suíço Ferdinand Schmidt conheceu Tatunka Nara, que afirmara ser nativo da tribo Urgha Mogulada, supostamente existente no interior do Amazonas.

Com informações fornecidas por Schmidt, o jornalista viajou para Manaus e contatou o indígena, que lhe fez revelações sobre sua tribo. Disse que era um príncipe e que na região existiam nada menos que três cidades habitadas por seu povo, chamadas Akahim, Akakor e Akanis. Em Akahim existiria um objeto grande e muito antigo, entregue há milhares de anos aos sacerdotes moguladas por “deuses vindos do céu”, segundo Nara. Tal artefato, de acordo com as tradições, começaria a “cantar quando os deuses retornassem a terra”.

Uma equipe da revista Veja, por exemplo, sobrevoou a região da Serra da Gupira e, em 1º de agosto de 1979, divulgou uma reportagem de cinco páginas mostrando estruturas piramidais cobertas pela vegetação. Contudo, logo após a realização da reportagem, começaram a surgir versões diferentes para explicar as pirâmides.

Uyrangê Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima. Este é o nome do primeiro oficial de nossas forças armadas a vir a público falar sobre as atividades de pesquisas ufológicas desenvolvidas secretamente no Brasil. Com nome de guerra Hollanda, coronel reformado da Força Aérea Brasileira (FAB), 57 anos, foi ele quem comandou a famosa e polêmica Operação Prato, realizada na Amazônia entre setembro e dezembro de 1977. Foi ele quem estruturou, organizou e colheu os espantosos resultados desse que foi o único projeto do gênero de que se têm notícias em nosso país. Homem extremamente objetivo, impressionantemente culto e com vívida memória de inúmeros episódios de sua carreira militar - especialmente em relação à Ufologia -, Hollanda recebeu a Revista UFO em seu apartamento à beira mar, em Cabo Frio, litoral do Rio de Janeiro, para uma longa e proveitosa entrevista. Das 48 horas em que o editor A. J. Gevaerd e o coeditor Marco Antônio Petit passaram em sua residência, ambos colheram uma valiosíssima quantidade de informações ufológicas inéditas e espetaculares. Sua atitude de quebrar um silêncio de 20 anos sobre o assunto não foi por acaso. Hollanda tem acompanhado a trajetória da Ufologia desde o surgimento da Revista UFO, há 12 anos. Em 1985, oito anos após a realização da Operação Prato, e ainda com a memória fresca sobre os inúmeros casos ufológicos que viveu, a revista Ufologia Nacional & Internacional (antecessora de UFO), recebeu de uma fonte confidencial ligada à Aeronáutica uma série de fotos de UFOS que teriam sido tiradas pela FAB na Amazônia. Eram fotografias secretas, obtidas oficialmente pelos militares que compunham a operação. Esse material tinha que ser publicado para que todos soubessem a seu respeito, mesmo que pudesse trazer problemas legais para a revista. E assim foi feito: as fotos e um texto sobre o assunto - sobre o pouco que sabíamos na época a respeito da Operação Prato - foram publicados. Evidentemente, os oficiais que integraram a operação não gostaram de nossa atitude, em especial o comandante do Primeiro Comando Aéreo Regional (Comar) de Belém (PA), que determinou a criação de tal projeto e que o mesmo fosse mantido em segredo, também por instruções superiores vindas de Brasília. Ninguém foi punido, até porque nunca se soube quem era nossa fonte de informação, e a revista não sofreu qualquer penalidade legal além de algumas ameaças pouco explícitas. Segue abaixo a conversa mantida entre o coronel e a revista UFO: Revista UFO - Coronel, o senhor é o primeiro militar a vir a público e admitir tudo o que pretende nesta entrevista. Quais são as razões para isso? Hollanda - Em 1977, quando ocorreram as coisas que vou descrever, fui muito procurado por ufólogos e pela Imprensa para fazer alguma declaração a respeito. Mas não podia falar na época, porque tinha uma obrigação militar. Eu havia cumprido uma missão e não podia revelar qual era. Minha fidelidade era apenas para com meu comandante. Mas depois de quatro meses de estudos e pesquisas, a Aeronáutica interrompeu a Operação Prato. O comandante tinha ficado satisfeito com os resultados e não me competia julgar, na época, se isso era certo ou errado. Revista UFO - Então o senhor evitou falar sobre a Operação Prato esse tempo todo?


Hollanda - Eu não podia falar. E também não tinha vontade. Conversei com vários ufólogos, entre eles o general Uchôa, e fui procurado até por pessoas dos EUA, inclusive Bob Pratt (Editor: autor do livro UFO Danger Zone, ver seção Livros de UFO 51). Conversamos muito em "off". Minha posição como militar colocaria o Ministério da Aeronáutica numa situação difícil de se explicar, e além disso havia punições para quem tratasse desse assunto sem autorização. Eu não tinha permissão nem do meu comandante, quanto menos do ministro. E o que eu falasse seria interpretado como sendo a palavra oficial da Força Aérea Brasileira (FAB). Mesmo assim, após o encerramento da Operação Prato, pesquisei e mantive contato com ufólogos de vários países e nunca falei nada a respeito. Revista UFO - o senhor se reformou da FAB em 1992. Não passou pela sua cabeça conversar com ufólogos antes e relatar tais fatos ? Hollanda - Eu apenas conversava com eles, sem entrar em detalhes. Conversei muito com Bob Pratt quando ele veio ao Brasil, com dona Irene Granchi, com Rafael Sempere Durá, e outros. Mas nunca disse que queria falar à televisão ou coisa assim. Pediram-me que escrevesse um livro, mas nunca me interessei. Hoje penso diferente: acho que já deve ser dita alguma coisa sobre a Operação Prato. Esse assunto deve ser propalado e explicado, pois vou fazer 60 anos daqui a pouco. De repente posso morrer, e aí história se acaba.  Revista UFO - Por ter procurado a Revista UFO para dar estas declarações, quer dizer que confia que ela vá fazer um trabalho sério de divulgação sobre o que o senhor está falando?

 Hollanda - Há muitos anos, em 1987 ou 1988, estive conversando com você (dirigindo-se a Gevaerd) e não pude autorizar a publicação de nada sobre o que falamos em sua revista. Mesmo assim você o fez, por achar que o assunto não poderia ficar escondido. Eu estava na ativa e não podia dar nenhuma declaração formal. O que saiu publicado foi sem permissão, o que nos causou um pouco de complicação à época. Mas precisava ser dito. Alguns anos depois, eu já estava na reserva e a coisa tinha mudado. Já podia fazer declarações sem problemas. E por saber de sua seriedade, da Revista UFO e de seus demais membros, hoje sinto mais tranquilidade para falar sem correr o risco disso virar sensacionalismo. Não creio que esta revista vá dar tal conotação a essa matéria apenas para aumentar suas vendas. Revista UFO - obrigado pela confiança, coronel. Mas como é que tudo começou? Qual foi o estopim inicial de seu interesse por Ufologia? Foi anterior à Operação Prato? Hollanda - Em 1952 eu tinha 12 anos e estava na janela de minha casa, em Belém, quando apareceram uns objetos muito grandes que me chamaram a atenção Havia uma luz imensa sobre a cidade. No dia seguinte a história estava publicada no jornal. A matéria dizia que aquilo tinha parado sobre uma federação de escoteiros, durante um campeonato de natação, e todo mundo viu. Foi aí que surgiu meu interesse por essas coisas, bem antes de ser militar e muito antes da Operação Prato. Sempre acreditei em vida extraterrena e na possibilidade de "eles" terem a curiosidade de nos observar. Somos um planeta com vida inteligente que deve suscitar o interesse de extraterrenos. Revista UFO - O senhor chegou a engajar na Aeronáutica por causa de seu interesse pela vida fora da Terra? 

Hollanda - Não. Sempre tive uma paixão muito grande pela aviação e pela vida militar. Como aviador da FAB, cheguei a ser chefe do Serviço de Intendência, no qual tinha muitas atribuições. Minha função era dar suporte administrativo e financeiro para ações do comando ao qual servia. Também fui chefe de operações do Serviço de Informações do meu comando. Era uma tarefa ligada à segurança do Estado, combate aos movimentos subversivos durante a efervescência após a Revolução de 64. Combatíamos as ações de terroristas e de partidos comunistas que tentavam se infiltrar no país. Revista UFO - Consta em seu currículo também uma função bastante interessante, como chefe do Serviço de Operações Especiais de Selva. O senhor deve ter um monte de experiências para contar. Hollanda - Sim. A FAB tinha um projeto de fazer um "colar de fronteiras". Era ideia de um brigadeiro Inteligentíssimo chamado Camarão (Editor: João Camarão Teles Ribeiro), que tinha muito conhecimento da Amazônia. Ele queria formar postos-chave por todas as fronteiras, construir campos de pouso de 200 em 200 km ao lado de missões religiosas protestantes ou católicas, e assentar lá agrupamentos que dessem assistência aos índios. A FAB daria suporte a tudo isso. Eu trabalhei nessa operação como paraquedista, pois tinha bastante adaptabilidade a esse tipo de atividade.

Revista UFO - O senhor efetuou então muitas missões na selva. E apareciam muitos índios? Hollanda? Eram muitas tribos indígenas, com muitos de abrindo áreas na mata para construção de campos. Alguns eram aculturados, outros não. Mas, a gente sempre trabalhava em algumas missões em contato com eles. Nessa época, as ações do Parasar sempre estavam coadjuvando (Editor: Paraquedismo e Salvamento, do termo em inglês Parachute Search and Rescue). Eu era um paraquedista responsável por ações de busca e salvamento na selva. Revista UFO - Durante essa época, o senhor tomou conhecimento de algum tipo de descoberta relacionada à Arqueologia ou alguma observação, feita por militares na Amazônia, ligada a esse tipo de programa? Hollanda - Sim, alguns colegas tiveram experiências do gênero, principalmente um amigo meu, que relatou que estava sobrevoando a selva e ficou surpreso ao ver uma formação piramidal coberta pela vegetação, no meio do nada. Parece que ali tinha existido algum núcleo de uma civilização muito antiga e que fora abandonada, tendo a selva tomado conta de tudo. Mas havia uma formação piramidal nítida, com ângulos perfeitos no Amazonas. Só não posso precisar exatamente onde. Mas, se não me engano, foi na região do Rio Jaguari. Isso me foi relatado pelo coronel Valério. 

Revista UFO - Coronel, agora que sabemos bastante sobre sua atividade na FAB vamos falar de Ufologia. Qual foi Sua Primeira Participação na pesquisa ufológica oficial dentro da Aeronáutica? Foi a Operação Prato ou já havia alguma coisa antes disso? Hollanda - Não, de minha parte não. Minha atividade era somente a segurança do Estado e as coisas que envolviam o comprometimento da segurança nacional. Não tinha nada a ver com UFOS ou ETS. Mas eu já tinha conhecimento de alguns casos acontecendo na Amazônia. Revista UFO - Esses casos atraiam, de alguma maneira, interesse ou preocupação por parte das Forças Armadas, no sentido de que fossem uma ameaça externa à soberania nacional? Hollanda - Não eram vistos como ameaça externa. Os UFOS eram encarados mais como um fenômeno duvidoso. Alguns oficiais - talvez até a maioria deles - viam os UFOS como uma coisa improvável e faziam muita gozação a respeito. Faziam tanta brincadeira que acho que foi sorte essa Operação Prato sair. Acho que só aconteceu mesmo porque o comandante do Primeiro Comar (Editor: brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira), na época, tinha muito interesse nisso e acreditava em UFOS. Se não... 

Revista UFO - Como surgiu a ideia da Operação Prato? Foi um projeto seu, do comandante do Primeiro Comar ou uma coisa do Governo? Hollanda - Eu não estava em Belém nessa época. Embora estivesse servindo na cidade, fazia um curso em Brasília. Mas quando retomei, apresentei-me ao chefe da Segunda Seção do Comar (Editor: Coronel Camilo Ferraz de Barros) e ele me perguntou se eu acreditava em discos voadores. Foi meio de surpresa. Eu nem sabia que estava ocorrendo uma pesquisa sobre o assunto. Quando respondi que sim, ele falou "... então você está encarregado deste caso”, e me deu uma pasta com o material. Era o início da operação, da qual eu ficaria encarregado, embora nem nome ainda tivesse. Revista UFO - De onde veio a ideia de a operação se chamar Prato? Hollanda - Essa ideia foi minha. Dei esse nome porque o Brasil é o único país no mundo que chama UFO de disco voador. Em francês é soucoupe volante, que significa pires. Os portugueses o chamam de prato voador. Na Espanha é platillo volador, e platillo são prato também. Enfim, até em russo se fala prato, nunca disco, como se faz no Brasil! E como nas Forças Armadas a gente nomeia algumas operações com uma espécie de código, esse caso não podia ser exceção, ainda que não pudesse ser identificado o objetivo da operação. Por exemplo, não poderíamos chamá-la de Operação Disco Voador. Por isso, ficou Operação Prato. 

Revista UFO - Se o senhor recebeu uma pasta de seu chefe, então quer dizer que já havia em andamento alguma investigação a respeito? Hollanda - Sim, quando eu cheguei de Brasília já havia agentes sendo enviados para investigar as ocorrências de UFOS, porque essa coisa já estava acontecendo há muito tempo na região de Colares, que é uma ilha pertencente ao município de Vigia, no litoral do Pará. O prefeito da cidade mandou um oficio para o Comandante do Comar avisando que os UFOS estavam incomodando muito os pescadores. Alguns deles não conseguiam mais exercer sua atividade, pois os objetos sobrevoavam suas embarcações. Às vezes, alguns até mergulhavam ao lado delas, nos rios e mares. E a população local passava a noite em claro. As pessoas acendiam fogueiras e soltavam fogos para tentar afugentar os invasores. Foi o pavor que fez com que o prefeito se dirigisse ao comando do Comar pedindo providências, e o brigadeiro mandou que eu fosse investigar as ocorrências. Revista UFO - Em algum momento houve a participação ou instrução de Brasília para que a situação fosse averiguada? Hollanda - Na época, não participava das discussões. Era apenas um capitão e recebia ordens, somente. Eu não fiz pane desse trâmite e não sei como as decisões foram tomadas ao certo. Mas, pelo pouco que sei, a decisão foi do comando do Comar. Se houve envolvimento de Brasília, eu não tomei conhecimento.

 Revista UFO - como é que o senhor estruturou a Operação Prato? Quantas divisões, quantas pessoas, quantas missões etc.? Enfim, como o senhor organizou todas as tarefas? Hollanda - Bem, nós éramos uma equipe. Eu era o chefe dela. E tínhamos cinco agentes, todos sargentos, que trabalhavam na segunda seção do Comar. Além disso, tínhamos informantes aos montes, gente nos locais de aparição das luzes, em campo, que nos ajudava. Às vezes eu dividia a equipe em duas ou três posições de observação diferentes na mata. Claro que ficávamos constantemente em contato uns com os outros, através de rádio. Revista UFO - Qual era o objetivo imediato da Operação Prato? Observar discos voadores, fotografá-los e contatá-los? Hollanda - Olha, eu queria mesmo é tirar à prova essa coisa toda. Queria botar isso às claras. Porque todo mundo falava nas luzes e objetos e até os apelidaram com nomes populares, tais como Chupa-chupa. E a, a FAB precisava saber o que estava realmente acontecendo, já que isso se dava no espaço aéreo brasileiro. Era nossa a responsabilidade de averiguar. Mas no início da Operação Prato, eu queria mesmo era uma confirmação do que estava acontecendo. Revista UFO - O que motivou a população local a chamar as luzes de Chupa-chupa? Hollanda - Havia uma série de relatos de pessoas que tinham sido atingidas por um raio de luz. Todas julgavam que o efeito sugava-lhes o sangue. E realmente verificamos alguns casos e descobrimos que várias delas, principalmente mulheres, tinham estranhas marcas em seus seios esquerdos, como se fossem dois furos de agulha em torno de uma mancha marrom. Parecia queimadura de iodo. Então as pessoas tinham o sangue sugado, em pequena quantidade, por aquelas luzes. Por isso passaram a apelidá-los de Chupa-chupa. Era sempre a mesma coisa: uma luz vinha do nada e seguia alguém geralmente uma mulher, que era atingida no seio esquerdo. Às vezes eram homens que ficavam com marcas nos braços e nas pernas. Na verdade, a cada dez casos, eram mais ou menos oito mulheres e dois homens. Revista UFO - E vocês documentaram as marcas verificadas nas pessoas? Hollanda - Sim, foi tudo visto e analisado por médicos, que às vezes iam conosco aos locais. Sinceramente, eu entrei nessa como advogado do diabo. Queria mesmo era desmistificar essa estória e dizer ao meu comandante que essa coisa não existia, que era alucinação coletiva, sei lá. Achava que alguma coisa estava sendo vista, mas que não era extraterrestre...

Revista UFO - O senhor imaginava que fosse o que, então, que estava sendo visto e até atacando as pessoas? Hollanda - Não sei bem. Talvez a plumagem de uma coruja refletindo a luz da lua ou alguma outra coisa dessa natureza. Até acreditava em extraterrestres, mas não que as pessoas os estivessem vendo. E eu fui para lá verificar se era realmente isso. Passei pelo menos dois meses respondendo ao meu comandante, quando voltava das missões, que nada havíamos descoberto. Eram os primeiros dois meses da Operação Prato, nos quais nada vi que pudesse mudar minha opinião. Às vezes passava uma semana no mato e voltava apenas no domingo, para conviver um pouquinho com a família. A cada retorno, meu comandante perguntava: " Viu alguma coisa? E eu sempre respondia : Vi luzes estranhas, ao longe, mas nada extraterrestre ". De fato, víamos luzes que piscavam, que passavam à baixa altitude, mas nunca nada de muito estranho. Revista UFO - Isso era durante a noite. E o que acontecia durante o dia? Vocês tinham alguma outra atividade incorporada à Operação Prato? Hollanda - Sim, tínhamos outras coisas a fazer, que eram parte dos objetivos da operação. Fazíamos entrevistas com pessoas que tiveram experiências, preparávamos os locais para passar a noite e buscávamos lugares "quentes" para fazer vigílias. Quando descobríamos que algo aparecera em tal lugar, para lá nos deslocávamos. Fazíamos um levantamento da situação, e sempre cadastrávamos os nomes dos envolvidos em um formulário próprio. Revista UFO - Que procedimento ou metodologia era utilizado na coleta de informações ? Hollanda - Sempre colocávamos o nome da pessoa que teve a experiência, o local onde ocorreu, horário etc. Fazíamos uma descrição de cada fato ocorrido na mesma localidade. Assim, se acontecessem três casos numa noite, a gente ouvia três testemunhas. Algumas das descrições eram comuns, outras mais estranhas. Às vezes recebíamos relatos de coisas que não podíamos comprovar a autenticidade, como desmaterialização de paredes inteiras ou de telhados, por exemplo. Revista UFO - Como assim? O senhor tem algum caso para ilustrar esse tipo de ocorrência?  Hollanda - Sim. A primeira senhora que entrevistei em Colares, por exemplo, disse-me coisas absurdas. Tínhamos saído de helicóptero de Belém só para ouvirmos uma mulher que tinha sido atacada pelo Chupa-chupa. Vi que ela tinha realmente uma marca no seio esquerdo. Era marrom, como se fosse uma queimadura, e tinha dois pontos de perfuração. Quando conversamos, relatou-me que estava sentada numa rede, fazendo uma criança dormir quando, de repente, o ambiente começou a mudar de temperatura. A senhora achou aquilo esquisito, mas nem imaginava o que iria ocorrer a seguir. Então, deitada na rede, viu que as telhas começaram a ficar avermelhadas, em cor de brasa. Em seguida, ficaram transparentes e ela pôde ver o céu através do telhado. Era como se as telhas tivessem se transformado em vidro. Ela via o céu e até as estrelas. Revista UFO - Histórias bizarras como essa eram muito comuns durante a execução da operação Prato? Hollanda - Muito, e me assustavam bastante, porque nunca tinha ouvido falar nessas coisas. Quando ouvia casos assim, ficava cada vez mais preocupado e curioso. Essa gente parecia ser sincera. Por exemplo, através do buraco que a mulher descreveu ela viu uma luz verde brilhando no céu. A senhora então

ficou meio dormente, até que, em seguida, um raio vermelho que saiu do UFO atingiu seu seio esquerdo. Era curioso que na maioria das vezes as pessoas eram atingidas do lado esquerdo. E tem mais: exatamente na hora em que estávamos falando disso, uma menina chegou perto e disse: "Olha, aquilo está passando aqui em cima". Quando saí da casa, vi cruzar a luz que a moça estava apontando, numa velocidade razoável, ainda que o céu estivesse bastante encoberto. Não era muito veloz e piscava a cada segundo, dirigindo-se ao norte. Parecia até um satélite, só que essa luz voltou em nossa direção - e satélites não fazem isso! Logo em seguida, aquilo ficou mais estranho ainda. Mesmo assim, não poderia dizer se era uma nave extraterrestre. Aliás, eu não estava lá para classificar qualquer coisa que surgisse como sendo disco voador! .Revista UFO - Vocês utilizavam algum tipo de equipamento de radar que pudesse confirmar ou fazer acompanhamento desses fenômenos? Hollanda - Não. Todos os aeroportos têm radares fixos. Nós não portávamos nada desse tipo. Revista UFO - Os ataques que estavam acontecendo com certa frequência eram comunicados ao Governo, às autoridades estaduais ou municipais? Hollanda - Sim, claro! Vários médicos da Secretaria de Saúde do Pará foram enviados pelo governo para examinar as pessoas... Eles analisavam o lugar queimado e tomavam depoimentos dos pacientes, mas não faziam mais nada - nem tinham com! Algumas vítimas se recuperavam facilmente. Outras ficavam muito apavoradas. Havia umas que diziam ficar enjoadas, com o corpo dormente por vários dias. Um cidadão uma vez veio me procurar para dizer que próximo à sua casa tinha surgido uma luz, que focou um raio brilhante em sua direção. Ele me relatou ter ficado tão apavorado que correu para dentro da casa, pegou uma arma e apontou para a luz. Aí veio outra ainda mais forte que fez com que ele caísse. O pobre coitado passou uns quinze dias com problemas de locomoção, mas não houve nada mais sério. Ele não foi atingido por nada sólido, como um tiro, por exemplo. Parece que a natureza dessa luz é uma energia muito forte que deixa as pessoas sem movimento. Acredito que as autoridades federais estavam informadas de que esse tipo de ataque a humanos estava acontecendo na região, mas desconheço provas. Eu apenas recebia ordens de meu comandante, mais nada. Revista UFO - Se esses depoimentos foram coletados desde o início da Operação Prato, quando foi que o senhor teve seu primeiro contato frente a frente com UFOS naquela região? Hollanda - Foi bastante significativo. Certa noite, nossa equipe estava pesquisando na Ilha do Mosqueiro, num lugar chamado Baía de Sol (Editor: um balneário conhecido de Belém, bem próximo a Colares), pois havia informações de que lá estavam acontecendo coisas. E como estávamos investigando todo e qualquer indício de ocorrências ufológicas, fixamo-nos no local. “Nesse período, os agentes que tinham mais tempo do que eu nessa operação - já que peguei o bonde andando” - questionavam-me o tempo todo, após vermos algumas luzinhas, se eu já estava convencido da existência do fenômeno. Como eu ainda estava indeciso, diziam-me: ''Mas capitão, o senhor ainda não acredita? “Eu respondia que não, que precisava de mais provas para crer que aquelas coisas eram discos voadores. Eu não tinha visto, até então, nave alguma. Somente luzes, muitas e variadas. E não estava satisfeito ainda. 

Revista UFO - Eles deram início à operação antes e tinham visto mais coisas? Mas e aí o que aconteceu? Hollanda - Eles avistaram mais coisas e acreditavam mais do que eu. E me pressionavam: "Como pode você não acreditar." Um desses agentes era o suboficial Flávio (João Flávio de Freitas Costa, já falecido), que até brincava comigo dizendo que eu era cético enquanto uma dessas coisas não viesse parar em cima de minha cabeça. "Quando isso acontecer e uma nave acender sua luz sobre o senhor, aí eu quero ver”, dizia ele, sempre gozando de meu descrédito... E eu retrucava que era isso mesmo: tinha que ser uma nave grande, bem visível, se não, não levaria em conta. E para que fui dizer isso naquela noite? Acabávamos de fazer essas brincadeiras quando, de repente, algo inesperado aconteceu. Apareceu uma luz, vinda do norte, em nossa direção, e se aproximou. Aí ela se deteve por uns instantes, fez um círculo em torno de onde estávamos e depois foi embora. Era impressionante: a prova cabal que eu não podia mais contestar. Eu pedi e ali estava ela! Foi então que levei uma gozada da turma. “E agora”? - os soldados me diziam... Revista UFO - Quando foi isso? Hollanda - Em novembro de 1977, logo no início da operação. O objeto tinha uma luz que se parecia com solda de metal, como solda elétrica. Foi curioso, pois quando era menino ouvia muitas histórias de coisas que a gente não conseguia enxergar por possuírem luminosidade muito forte. E foi o que eu vi junto à minha equipe: uma luz azul, forte, de brilho intenso. Mas não vi a forma do UFO, só a luz que emanava. Revista UFO - vocês fotografaram esse objeto brilhante? Hollanda - Fotografávamos tudo o que aparecia, mas levamos um "baile" durante uns dois meses com as fotos, pois nelas não saía nada. Sempre tínhamos os objetos bem focalizados, preenchendo todo o quadro da máquina, mas quando revelávamos os negativos, nada aparecia. Pensávamos às vezes: Ah, agora vai sair", mas nada... Isso acontecia com frequência, até que ocorreu um fato inusitado. Eu estava analisando os positivos, muito chateado por não conseguir imprimir as imagens que víamos em nossas missões, quando peguei uma lanterna que usava em operações de selva, e fiz uma experiência. Foi a sorte... Revista UFO - E o que aconteceu? Hollanda - A lanterna tinha uma luz normal e forte numa extremidade e uma capa vermelha na outra, que servia para sinalização de selva. Era de um material semitransparente de plástico, tipo luz traseira de carro. Tirando-se a tal capa vermelha havia um vidro fosco. Eu olhei para aquilo e me lembrei que os médicos examinam as radiografias num aparelho que tem um quadro opaco com luz por trás (Editor: radioscópio). Este equipamento ajuda a fazer contraste de luz e sombra numa chapa de raio X. Assim, tive a ideia de pegar um filme já revelado e contrapô-lo ao vidro fosco da minha lanterna de selva. Foi então que pude ver um ponto que não conseguia enxergar antes! 

Eu não estava procurando marca ou objeto algum. Procurava uma luz, pois foi isso o que vimos na selva ao batermos as fotos. Só que a tal luz não aparecia, e sim o objeto por trás dela. No caso do rolo que estava analisando, vi um cilindro, que aparecia em todos os demais fotogramas. Ficou claro, então, que não conseguia imprimir a luz do objeto na foto, mas sim a parte sólida dele, talvez por uma questão de comprimento de onda, não sei. Não entendi porque a luz do UFO não impressionava aquele filme, somente a parte sólida. Depois, concluímos que aquele objeto seria uma sonda em forma de cilindro. Revista UFO - Vocês fizeram muitas fotografias de UFOS como essas? Hollanda - E como! Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos de filmes, uma caixa de papelão cheia deles. Em quase todos os fotogramas havia UFOS ou sondas. E veja você: todos aqueles negativos ficaram na minha frente, por quase dois meses de trabalho, e não conseguíamos nada. Não saía luz alguma nas fotos... Aí, depois do que descobri, fomos olhá-los novamente, e havia imagens fantásticas. Depois foi só mandar ao laboratório do Comar para ampliar e ver lindas sondas e UFOS nas fotografias. Dezenas deles! Revista UFO - Depois de sua descoberta vocês fizeram novas fotos? Hollanda - Sim, com a ajuda de um amigo chamado Milton Mendonça, que já faleceu. Ele era cinegrafista da TV Liberal, de Belém, e conhecia muito sobre fotografia. Pedi sua ajuda porque confiava bastante nele e sabia que, participando da operação conosco, não ia comentar nada com ninguém. Assim, informei o fato ao meu comandante, dizendo-lhe que estava com dificuldades no processo técnico fotográfico, e ele autorizou Milton a entrar no esquema. Ele foi conosco em algumas vigílias e sempre nos auxiliava. Até instruiu-nos a usar filmes especiais, com recursos de infravermelho, ultravioleta, etc. Pedimos, pois, o material para nossos superiores, em Brasília, e eles mandavam filmes ótimos. 

Com isso, passamos a ter melhores resultados. Conseguimos fotografar, então, objetos grandes e formatos que a gente nem imaginava. Revista UFO - Quanto à forma, qual era o padrão mais comum que esses objetos apresentavam? Hollanda - No início da Operação Prato vimos o que todo mundo falava: sondas e luzes piscando. Inclusive, tinha um padre americano, chamado Alfredo de La Ó, falecido, que nos dava descrições de sondas e objetos nesse formato. Ele era pároco em Colares e falava de uma sonda que tinha visto várias vezes. Segundo Alfredo, ela era mais ou menos do tamanho de um tambor de óleo de 200 litros. Essa sonda apresentava um voo irregular, não era uma trajetória segura. Voava como se tivesse balançando, e emitia uma luz. Às vezes andava junto a outras, que vinham e iam de um ponto a outro. Um dia, ela, aproximou por cima de nós. Revista UFO - Vocês chegaram a perceber algum tipo de interação entre o que faziam e o comportamento do fenômeno? Hollanda - Essa pergunta é bastante interessante, pois aquilo era uma coisa muito estranha. Eles, seja lá quem fossem, mostravam ter absoluta certeza de onde nós estávamos e o que fazíamos. Parecia que nos procuravam, pois, quando menos esperávamos, lá estavam, bem em cima da gente. Não mais do que um mês depois de passarmos a conviver nos locais de aparições, essas sondas começaram a vir sempre até nós. “Às vezes, a gente se deslocava de um lugar para outro e lá iam elas, acompanhando-nos quase o tempo inteiro, como se tivessem conhecimento da nossa movimentação”. 

Revista “UFO - Quer dizer então que os UFOS de alguma forma pareciam se interessar” pelas atividades da Operação Prato? Hollanda - Sabiam o que estávamos fazendo. Por exemplo, no caso da Baía do Sol, aconteceu algo peculiar. Naquela época já estava terminando o ano letivo e muita gente ficava na praia à noite. Tinha pelo menos umas 100 mil pessoas na orla, naquele fim de semana. No entanto, uma sonda veio para cima de nós, num lugar todo escuro onde não havia mais ninguém. Oras, por que veio ao nosso encontro, na escuridão, se tanta gente estava ali perto, na praia? Revista UFO - Esse foi o primeiro grande acontecimento ufológico envolvendo o senhor? Hollanda - Não digo que tenha sido grande, mas foi bastante significativo. Naquela ocasião voltamos para a base do Comar pela manhã. Foi quando conversei com meu comandante e disse que, pela primeira vez, algo estranho tinha acontecido. Revista UFO - O senhor teve alguma reação física deste acontecimento em seu organismo, algum problema resultante dessa observação? Hollanda - Naquele exato momento não, mas depois notei que todos perdemos um pouco da acuidade visual. Com o tempo, a visão enfraqueceu ainda mais, tanto que passamos a usar óculos. Mas isso ocorreu em razão de outras exposições que também tivemos mais para frente, noutros inúmeros contatos. Revista UFO - coronel, após um caso como esse, pelo que sabemos, vocês faziam um relatório completo, que era integrado à Operação Prato. Mas vocês também se submetiam a algum tipo de exame médico? Hollanda - Era feito um relatório do acontecimento, com hora, local, coordenadas geográficas, mapeamento da região etc. Tudo bem descritivo. Mas nunca tivemos que fazer exame médico, mesmo porque nunca tivemos qualquer problema. 

Revista UFO - Quando seu comandante recebeu a notícia sobre o que aconteceu, como ele reagiu? Hollanda - Ficou mais satisfeito, bastante alegre. Pareceu que sua reação foi de muito agrado. Revista UFO - Esses casos ufológicos foram se repetindo? Do que mais o senhor se lembra para nos contar? Hollanda a - Bom, como a Baía do Sol era um local muito favorável para observações de UFOS, passamos a frequentar a região com bastante regularidade. Tínhamos amigos no Serviço Nacional de Informações (SNI) que não tem nada a ver com isso - os quais acompanhavam algumas de nossas missões. Os agentes eram nossos conhecidos, tinham curiosidade, por isso iam conosco. Às vezes, saíam notícias a respeito num ou noutro jornal local, fazendo com que muita gente em Belém comentasse sobre esses avistamentos. Minha mulher (Editor: de seu primeiro casamento, já falecida) e meu irmão sabiam das coisas que eu estava fazendo. Mas além desse círculo, ninguém de fora da base do Comar tinha ciência desses pormenores. Mesmo assim, pedia sempre muita reserva à minha esposa e irmão. Tanto que eles nem perguntavam detalhes. 

Revista UFO - A população de Belém sabia que havia uma operação da FAB na região? Hollanda - Não. Mas sabia que nós, da Aeronáutica, estávamos por lá, atentos a tudo. Algumas pessoas sabiam que existia uma operação, só não sabiam do nome nem dos resultados. Outras sabiam de pequenos detalhes, como o fato de eu ser capitão, ou de fulano ou sicrano ser sargento, mas ninguém sabia dos resultados da missão. Nem bem o que exatamente fazíamos. O que se desconfiava era que a gente estava examinando. Só! No caso dos oficiais do SNI, quando me pediram para ir, eu disse que não tinha problema, mas, que deveriam pedir autorização ao seu chefe (Editor: na época, o chefe do SNI em Belém era o coronel Filemon). E o chefe deles autorizou, porém não como uma missão do serviço de informação. Apenas para sanarem suas curiosidades. Revista UFO - O serviço Nacional de informações chegou a desenvolver algum trabalho ufológico depois disso? Hollanda - Não. Os agentes só queriam ver aquelas coisas voando, junto de nossa equipe. Eles sabiam que estávamos fazendo um trabalho sério em certos locais de vigília. E como confiavam em nossa experiência, seguiam-nos aos pontos mais prováveis de avistamentos de UFOS. Um dia, junto ao Milton Mendonça, chegamos à Baía do Sol, lá pelas 18:00 h, e montamos nosso equipamento fotográfico. Ficamos então num lugar escuro, reservado, observando o que viria a acontecer. No entanto, por razões pessoais, tive que voltar mais cedo naquela noite, para estar em Belém às 20:00 h, pois tinha um compromisso. Por volta das 18:30 h, surgiram três pontos luminosos alinhados muito alto no céu, em grande velocidade. E olha que eu conheço avião para dizer que a velocidade daquilo era bem acima da média. Os pontos estavam voando no sentido oeste-leste. Quando deram 19:00 h, apareceram mais dois estranhos objetos piscando alinhados, um atrás do outro, no sentido norte-sul. Revista UFO - Qual foi a sequência com que os fatos se apresentaram? Hollanda - Bem, o pessoal do SNI não chegava. Tínhamos combinado às 18:00 h. Ficamos aguardando-os para que acompanhassem nossa vigília. Assim, esperei apenas mais um pouco e, quando começamos a desmontar o material, pois não podia mais aguardar. Finalmente chegaram e perguntaram se tinha havido algo. 

Eu brinquei, dizendo ter marcado às 18:00 h e eles só apareceram às 19:00 h, numa referência ao fato de que ali passa UFO quase que de hora em hora. E um deles fez então uma pergunta idiota: "A que horas passa outro?". Respondi que não sabia e que aquilo não era bonde para ter horário. Falei ainda que eles deviam ficar ali a noite inteira, esperando para ver UFOS. Nesse momento, enquanto conversávamos, um deles disse: "Olha aqui em cima, agora. Olha para o alto". Foi aí que o herói brasileiro tremeu nas bases, porque tinha um negócio enorme bem em cima da gente. Era um disco preto, escuro, parado a não mais que 150 m de altura, exatamente onde estávamos. Revista UFO - Deve ter sido uma experiência fantástica e aterrorizante. O objeto tinha luzes, emitia algum ruído, fez algum movimento? Hollanda - Ficou parado, mas tinha uma luz no meio, indo de amarela para âmbar. E fazia um barulho como o de ar condicionado. Parecia com um ruído de catraca de bicicleta quando se pedala ao contrário. Aquele negócio era grande, com talvez uns 30 m de diâmetro. Olhamos para aquilo por um bom tempo, até que começou a emitir uma luz amarela muito forte, que clareava o chão, repetindo isso em intervalos curtos mais umas cinco vezes. Revista UFO - Qual foi à reação dos membros do SNI? Hollanda - Não foi só o pessoal do SNI, não. Todo mundo ficou espantado! Eu mesmo nunca tinha visto algo assim, e olha que já estava quase há dois meses nessa operação. Nunca aparecera uma nave desta forma para gente. Foi tão inusitado que nem lembramos de montar novamente a máquina fotográfica, que já estava guardada, pois já íamos embora. Também não dava tempo, pois estava guardada em caixas próprias e demoraria para que fosse retirada, montada e armada. Só nos restava ficar olhando, assustados, para aquela coisa que iluminava tudo com uma luz amarela forte que ora apagava, ora acendia. Revista UFO - Parece que estavam dando uma demonstração a vocês, latejando dessa maneira estranha. Hollanda - É. O UFO fazia isso em intervalos de dois segundos. Apagava, acendia, apagava. Era uma luz progressiva, que não clareava como um flash, mas que crescia e voltava à mesma intensidade. Estávamos até sentindo que alguma coisa podia acontecer, pois estava escuro, era um local bastante isolado e ninguém sabia que a gente estava lá - só nós e "eles" [risos]. Revista UFO - Houve alguma ocasião em que outras equipes de diferentes órgãos do Governo participaram junto a vocês? Hollanda - Não. O que eu sei é que houve um vazamento de informações sobre a Operação Prato. Algumas pessoas comentavam sobre a incidência de avistamentos. Creio que o vazamento se deu no Aeroclube de Belém. Teve uma vez em que uma equipe do jornal O Estado do Pará, foi para o lugar onde a gente estava acampado e, como sabia que estávamos na área, ficou na espreita. Noutra vez eles se enganaram: foram a um ponto onde acharam que estaríamos, mas se deram mal, pois estávamos em outro. Numa dessas aventuras, eles chegaram a ver alguma coisa, porém foi algo tão esquisito que jamais voltaram. Alguns repórteres juraram que nunca mais fariam uma missão dessas. Eles viram uma luz se aproximando à baixa altitude e pegaram o carro para chegar mais perto. A luz se dirigiu até onde estavam e focou um raio em cima deles. Pelo que soube, o teto do carro ficou translúcido, como se fosse de vidro. Aí o objeto fez umas evoluções em cima do automóvel, permitindo até que fotografassem aquilo. As fotos foram publicadas em página inteira. Tinham uma nitidez incrível. Mas depois do susto que tomaram, as testemunhas sumiram de carro - parece que alguns tiveram acesso de vômito e se descontrolaram emocionalmente. Quem pode dar informação sobre este fato é o Pinon [Editor: Ubiratan Pinon Frias], que era o piloto do Aeroclube de Belém. Revista UFO - Com todos esses fatos acontecendo e vocês mandando toda hora relatórios para sua chefia, em algum momento perguntou a ela se haveria possibilidade de informar à população sobre as ocorrências e a operação Prato? Hollanda - Não, não foi feita essa pergunta por que a gente já sabia que não era possível que a população viesse, a saber, dos acontecimentos. Não seria cabível essa dúvida ao meu comando, porque isso era assunto reservado. Minha missão era coletar dados e entregar ao comandante, e isso era tratado com confidencialidade. Tínhamos que documentar, fotografar e filmar os UFOS, se possível, e entregar tudo ao Comar. Daí para frente, o destino que seria dado ao material era responsabilidade dele. 

Revista UFO - O senhor tem ideia do que era feito desse material? Hollanda - Os relatórios com desenhos, fotos etc., eram preparados, classificados, passados ao comandante e arquivados no próprio Comar, numa sala reservada. Depois disso, alguns iam para Brasília, segundo fui informado na época. No entanto, pelo que sei, a reação dos altos escalões era de ceticismo - alguns colegas até brincavam com os fatos. Revista UFO - O senhor teve conhecimento de que a FAB já teria instituído um sistema de pesquisa oficial quase 10 anos antes, em 1969, chamado Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI)? Hollanda - Nessa época, em 1969, eu era tenente na Base Aérea de Belém e foram distribuídos entre nós vários livretos informativos sobre o assunto, pedindo para que os oficiais que se interessassem pelo tema fossem voluntários para preparar relatórios com depoimentos. Foi só! Depois as discussões morreram.  Revista UFO - Em algum momento houve participação de militares americanos pedindo informações ou detalhes sobre o trabalho de vocês na operação? Hollanda - Que eu saiba, não. Se isso ocorreu foi em altas esferas e, como já disse, eu era apenas capitão. Não me metia nessas coisas e nem podia saber nada a respeito. Revista UFO - A incidência desse fenômeno na Amazônia, durante a Operação Prato, chegou a ser diária? Hollanda - Sim, era diária e muito ativa. Chegamos a verificar pelo menos nove formas de UFOS. Conseguimos determiná-las e classifica-las. Algumas eram sondas, outras naves grandes das quais saíam objetos menores. Filmamos tudo isso, inclusive as naves pequenas voltando ao interior de suas naves mãe, as maiores. Tudo foi muito bem documentado! Revista UFO - Quais eram os equipamentos que vocês utilizavam para registrar todo esse movimento? Hollanda - Tínhamos máquinas fotográficas Nikon profissionais, com teleobjetivas de 300 a 1000 mm, dessas grandes. Era um terror trabalhar com elas, porque tinham um foco rapidíssimo. Qualquer "bobeada", qualquer movimento em falso, e perdíamos os UFOS. Mas eram equipamentos de primeira. Também tínhamos filmadoras e gravadores, na possibilidade de um ruído ser ouvido ou de alguma coisa que pudesse ser registrada. Revista UFO - Vocês tinham expectativa dessas naves entrarem em contato com vocês, se é que esse não era um dos objetivos da Operação Prato? Hollanda - Estávamos expostos a tudo. Para falar a verdade - e não estou fazendo mistério -, podia acontecer qualquer coisa, no mato, na selva, nas praias, em qualquer lugar. Estávamos em operação militar e, por obrigação, tínhamos que aguentar tudo. O quer que ocorresse teria sido no cumprimento do dever. Revista UFO - Vocês portavam armas nas missões? Hollanda - Não, em nenhum momento. Nunca pensei em levar arma, e nem mesmo por via das dúvidas. Não esperávamos que houvesse necessidade. E por isso, nem pensamos nessa hipótese, mesmo quando estruturávamos a montagem da operação, sua parte logística, de alimentação, transporte, comunicação etc. Revista UFO - Mas houve algum momento dentro da operação em que o senhor teria percebido que esse fenômeno pudesse ser perigoso? Hollanda - Uma vez sim. Foi o aparecimento de algo muito forte, tanto que quando essa coisa aconteceu eu tive medo de que pudesse se dar uma abdução. Só comentei com algumas pessoas, e uma delas, meu amigo Rafael Sempere Durá [novo consultor de UFO], chegou a me repreender gravemente por ter me exposto a algo perigoso. "Seu maluco irresponsável. Você tem comandante. Mas sou seu amigo e estou te proibindo de fazer uma coisa dessas", disse, zangadíssimo, quando soube o que aconteceu. O fato foi realmente grave. Durante a Operação Prato, estávamos numa embarcação ancorada à margem do Rio Jari quando uma coisa enorme parou a não mais que 70 metros do barco. Revista UFO -  Quais as características dessa ''coisa"? Hollanda - Para responder, tenho que dizer por que nós estávamos lá. Bem, fomos ao local porque tenho um amigo, oficial da FAB na época, o capitão Victor Polonês [Editor: Victor Jamianiaski, descendente de poloneses radicado em Belém], que gostava muito de pescar e frequentava o local. Um dia, sabendo que a gente estava nessa investigação, contou-me o caso de um rapaz que trabalhava apanhando barro para uma olaria próxima dali. Essa olaria era de Paulo Keuffer, de Belém. O rapaz se chamava Luís e me contou um fato incrível. Disse que certo dia, enquanto colhia barro, viu vestígios de uma paca comendo restos de flores de uma árvore à beira do rio e a acompanhou para caçá-la. Ele voltou à olaria, esvaziou o batelão [Editor-. embarcação de 7 a 9 m com motor de centro], aprontou uma espingarda, voltou ao local, onde armou um acampamento em cima de uma árvore. Pendurou sua rede e ficou com lanterna e espingarda preparadas para a chegada do animal. 

Revista UFO - E aí, o que aconteceu depois disso? Hollanda - Bom, quando ouviu um barulho, e pensou que era a dita cuja, passou por ele uma luz muito forte que logo depois voltou e parou sobre onde estava. Do centro dessa nave, descrita como sendo similar à cabine de um Boeing 737, abriu-se uma porta ou algo assim e desceu um ser com forma humana. Luís disse-me que não teria visto escada de corda, nem de metal, mas que a entidade tinha descido através de um foco de luz, com os braços abertos. Quando ele se aproximou, e Luís viu que estava correndo perigo, pulou fora e se escondeu numa árvore próxima, mas ficou observando o que se passava. Então o ser chegou com uma luz vermelha na mão - que não era lanterna, mas estava na palma de sua mão -, e examinou a rede deixada na árvore. Como também o lugar onde estava e tudo o mais, mas não procurou Luís nem ficou vasculhando o local. O ser foi direto ao local onde o rapaz tinha se escondido, morrendo de medo. Rapidamente, focou um raio de luz vermelha em sua direção, fazendo-o correr para dentro da vegetação. Revista UFO - O estranho ser percebeu de alguma forma automática onde estava Luís e foi em sua direção. Não parece boa coisa. Hollanda - Pois é! Mas Luís saiu por uma margem do rio, tropeçando em troncos e raízes, com dificuldade de caminhar e tudo mais. Aí o ser voltou para nave e a mesma passou a segui-lo dentro do curso do rio, à baixa velocidade e pouca altitude, talvez à altura da copa das árvores. Luís ia devagar e nem conseguiu pegar o barco que estava mais à frente, como pretendia. Não teve jeito: gritou e atraiu a atenção de algumas pessoas, que vieram a seu encontro. Ao verem aquilo, pularam dentro d'água e ficaram observando à distância, só com os olhos de fora. O que viram foi incrível: a nave parou em cima do batelão, o mesmo ser desceu e examinou todo o barco, exatamente como fez com a rede. Aí ele foi até a nave, à porta se fechou e o UFO disparou para longe. Conversei com Luís no Comar e decidi ir ao local ver a situação. Ao chegarmos lá, eram mais ou menos 19:00 h e estava chovendo razoavelmente. Os agentes foram para dentro da casa do zelador da olaria. Como chefe da equipe, não entrei: permaneci alerta, esperando para ver se alguma coisa acontecia.  Revista UFO - E aí, o que aconteceu do lado de fora da olaria, coronel? Hollanda - Olha, veio uma coisa escura, da qual não pude ver a forma. Não sei se era discoide. Sei lá, só se via as luzes daquilo, uma verde intensa e outra vermelha. Estranho era o barulho que esse troço fazia, como ar condicionado, porém bem mais forte. Parecia barulho de turbina, como se houvesse uma coisa girando. Dá pra entender? Isso passou em cima de onde estávamos, mas em tão baixa altitude que não poderia ser um avião. Nenhum piloto faria aquilo, pois estaria morto. Um voo rasante daqueles já é perigoso demais num dia claro, agora, imagine com chuva e de noite. Aí eu gritei para minha equipe: "Acabei de ver um treco muito estranho aqui". Então entramos no barco e fomos para o tal lugar onde Luís tinha tido o contato. Chegando lá, fomos até a árvore onde ele havia caçado a tal paca. Ficamos todos ali embaixo. Mas com a maré enchendo, a gente estava com a água cada vez mais alta. 

Revista UFO - O jeito era subir numa árvore, então, e aguardar os acontecimentos. Hollanda - Era, pois a maré foi subindo cada vez mais. Ficamos lá, em cima da árvore, aproximadamente umas dez horas. Quando decidimos ir embora, fomos em direção ao barco, que estava parado na outra margem, e guardamos o equipamento. Quando então que, a mais ou menos uns 2.000 metros, veio cruzando o rio, de norte para o sul, uma luz muito forte, de cor amarela, âmbar como o Sol, porém em baixa altitude. Aquilo estava em cima das árvores e cruzou o rio na mesma posição que a anterior, praticamente onde fica a residência do vigia, ou seja, no local onde eu a tinha visto pela primeira vez. Revista UFO - Emitia o mesmo som de ar condicionado ou era alguma vibração mais intensa? Hollanda - Tinha som, sim. Mas nos concentramos em filmar aquilo. Você pode ver no filme [Editor: que, no entanto, não foi nos mostrado porque o coronel não o possui mais] uma tremedeira ou coisa assim, e uma luz como se fosse de chama. Aparece também o rastro dela refletida no rio. Isso tudo foi bem filmado. 

Revista UFO - Quando vocês tinham algum documento desse gênero, uma filmagem espetacular como essa, esse material não ia para Brasília? Hollanda - Ainda não. O filme ficava retido lá no Comando Aéreo. Depois é que Brasília solicitava o material. Eu não acho que eles acreditavam muito nessa história, mas alguém lá queria vê-lo. Revista UFO - Brasília achava que era o quê? Meia dúzia de birutas no meio do mato pesquisando? Hollanda - Não sei. Falava-se tanta coisa sobre isso, mas ninguém queria se expor. Talvez alguém pudesse dar crédito para uma coisa dessas, matinha colegas lá que eram céticos. Outros ficaram sabendo que os UFOS eram verdadeiros. Revista UFO - Voltando ao UFO que vocês estavam observando lá, às margens daquele rio, tal experiência deve ter sido extraordinária. Hollanda - Bom, foi mesmo. E nós registramos hora, altura, direção, essas coisas todas que tinham que constar no relatório. Enquanto aquilo estava lá, à nossa frente, eu pensava: "Agora mesmo é que não saio daqui. Agora vamos ter que ficar". Mas não tínhamos levado comida, café, água, nada. Não tínhamos levado nada. O que veio a seguir é impressionante.

A INVESTIGAÇÃO COMPLETA
VAMPIROS EXTRATERRESTRES NA AMAZÔNIA “O LIVRO”.

Em seu notável livro Vampiros Extraterrestres na Amazônia, Daniel Rebisso Giese descreve o seguinte: “Na época (julho/77), circularam estranhos boatos de que o município de Bequinhão, baixada maranhense, tinham sido encontrados mortos alguns lavradores. Essas mortes estariam associadas a presença de três homens de aparência estrangeira que, na maior parte do dia, passavam confinados em um hotel da cidade. Quase todos os dias saíam num veiculo de marca desconhecida para suas atividades, “sigilosas’...Boatos semelhantes circularam na região de Parnarama (MA) E próximo a Sobral (CE). Conforme o relato do pesquisador Reginaldo Athayde, junto aos corpos foram encontrados “dólares” curiosamente perfurados. Entre as varias ilhas do litoral maranhense, a ilha dos Caranguejos se destaca por suas tradicionais lendas e fantásticas narrativas. Quando em 1977 o jornalista Álvaro Martins, por intermédio do jornal “O Liberal”, tentou visitar a ilha para fazer a cobertura dos estranhos incidentes que por lá andavam ocorrendo, foi desaconselhado e, na véspera de seu embarque, recebeu ordem do cancelamento; A Base Aérea da FAB de São Luís não desejava presença de repórteres na área. 

O diário, “O Liberal”, Jornal da Amazônia de Belém do Pará de 10.07.1977, estampou na manchete: Luz Misteriosa Apavora Viseu. Tomo a liberdade de fazer o seguinte resumo: em pequenas localidades á cidade de Viseu(PARÁ), seus moradores vivem apreensivos e apavorados, porque tem medo de uma lanterna com luz forte que voa pelo céu e vem sugar o sangue da gente até deixar morto. Comenta o Jornal: ninguém sabe explicar, desmentir ou confiar no relato... Em meio a este mistério de “disco voador” e “lanterna com luz forte” há sempre a citação de uma suíça ou americana loura que vive numa ilha, cujo nome é desconhecido. Todavia quando tal mulher vem a cidade, ninguém sabe informar de que modo ou por quais meios ela chega. Ela sempre adquire “duzentos quilos de peixe” por isso todos os moradores de Bragança se perguntam: Pra que a estrangeira quer tanto peixe, se vive sozinha?... Quem sabe ela esteja alimentando os que movem estas coisas voadoras! Diziam outros. A respeito ainda da mesma história, o ufólogo Daniel Rebisso Giese acrescenta muito oportunamente: Posteriormente, agentes do Serviço de Inteligência da Aeronáutica e da Marinha estiveram na região investigando o caso da loura estrangeira. A principio, nasceu a suspeita que ela estivesse envolvida espionagem ou em contrabando de armas. As investigações não elucidaram o mistério. Na solitária cabana onde morava – agora totalmente abandonada – encontraram um pequeno envelope aéreo (proveniente da França) endereçado a Elizabeth. Para muitos esta tal de Elizabeth mantinha contato com os seres das naves alienígenas, pois assim como ela surgira, desapareceu misteriosamente junto com os aparelhos (ou tonéis, camburões, cilindros voadores, lanternas etc.)

A ufóloga e estudiosa Solange Vieira, em sua monografia Bases Extraterrestres, num tópico chamado “Bases de óvnis no Pará”, entre muitas coisas interessantes declara. A Força Aérea Brasileira, sediada em Belém, embora envolvida em pesquisa sigilosa em torno do assunto, não se prontificou a dar qualquer versão oficial sobre os fatos acontecidos... A intensa concentração de óvnis ao longo da costa do Maranhão e do Pará leva-nos a suspeitar que possam existir bases submarinas de óvnis. Queremos crer que estas bases seriam temporárias e teriam se estabelecido por lá em curto prazo, para atividades insuspeitas e aparentemente prejudiciais ao homem... Dizemos nós: No norte e nordeste andaram sucedendo tremores ou terremotos de pequena intensidade muito estranhos e quase impossíveis de acontecer. O governo brasileiro da época (1977) e a própria FAB devem ter-se assustado e preocupado bastante com o que acontecia. Aparentemente só não tinham explicações para dar, daí a tentativa de silenciar que prevaleceu na ocasião. No Correio do Povo, de Porto Alegre, de 12.07.1977, foi publicado o seguinte resumo: ”Belém do Pará – A história fantástica de um objeto voador que emite uma luz forte e suga o sangue das pessoas circula de boca em boca entre a população dos municípios de Bragança, Viseu e Augusto Corrêa, no estado do Pará, onde muita gente teme em sair de suas casas durante a noite para não ser apanhada pela vanpiresca luz de um estranho objeto que, segundo as informações, já teria provocado mortes. O jornal Folha da Manhã de 21.10.1977, também publicou resumidamente o seguinte: Um estranho objeto voador que se locomove em grande velocidade e projeta uma forte luz vermelha esta provocando pânico nos moradores dos municípios de Vigia e Santo Antônio de Tauá. 

Os jornais de Belém que deram grande destaque ao assunto, foram aconselhados pela Policia Federal (época de exceção ou ditadura) a não publicarem mais nada, a fim de evitar transtornos maiores. Em setembro/86, repetiríamos as mesmas pesquisas, mas desta feita em companhia do jornalista escritor Bob Pratt, em viagem ao Brasil. (Em Belém do Pará e Norte do Brasil), o grande pesquisador Daniel Rebisso, em companhia do renomado ufólogo Jaques Valée. O atualmente extinto Centro de Estudos Fenômenos Aeroespaciais (CEFA), baseando-se em informações publicadas pelo Diário de São Paulo de 20/11/1977, naquela época liberou um boletim como titulo “Luz Misteriosa Ataca a População de Belém”. “Aumenta a cada dia o clima de intranquilidade entre os habitantes de diversos bairros de Belém, em decorrência da parição de uma luz misteriosa. Avoluma-se a cada 24 horas o numero de vítimas dessa luz, que deixa marcas arroxeadas no corpo, pequenas queimaduras, além de um estado físico combalido, ataques, desmaios, dor de cabeça, que chegam a provocar quase loucura. Um detalhe que intriga a quantos terem sido atacados pela luz, em sua maior parte mulheres, são pequenas marca, como se fossem picos de injeções provocadas pelo estranho fenômeno, no seio direito das vítimas por onde grande quantidade de sangue é sugado. [os poucos homens atacados, seriam picados no pescoço, na jugular]. A Força Aérea Brasileira (FAB), “que não acreditava em bruxas (óvnis), mas que acha existirem”, porque as viu em seus radares e as fotografou numa operação chamada Operação Prato, andou fazendo investigações e um levantamento a respeito da invasão dos espaço aéreo e territorial. Pesquisou principalmente os frequentes casos de pessoas atacadas que no fim de 1977 e 1978 afetaram o Norte e Nordeste do Brasil. Centenas de pessoas contatadas e até mesmo prejudicadas foram investigadas pelos criteriosos pesquisadores oficiais. A Dra. Wellaide Cecin Carvalho, de 24 anos, médica de clinica geral de Colares - PA, afirmou também ter visto e observado nos dias 16 e 22.10.77 objetos luminosos fazendo evoluções sobre a parte frontal da cidade (praia do Cajueiro), a baixa altura (100m) á distancia estimada de 1.500 m sem produzir o mínimo ruído. Não pareciam aviões... Como era natural, viu-se na contingência de prestar atendimento a diversas pessoas atingidas por estranhas luzes. Os pacientes atendidos referiam cefaleia, astenia, tonturas e tremores generalizados. O que a doutora reputava mais importante eram as queimaduras, bem como marcas de micro perfurações na pele. De acordo com o sexo, os homens sobre o pescoço, jugular, e as mulheres no seio. ”

Depoimento de militar reacende polêmica sobre Operação Prato (parte 3).
Enviada por: Redação Vigília redacao@vigilia.com.br
Data: 10/02/1998 - Horário: 12h58min

Reprodução 1

Experiência inesquecível junto a agentes do SNI.

Iniciada a investigação, dezenas de rolos de negativos e pelo menos quatro filmagens de Ufos foram produzidas para Operação Prato. Entre as muitas experiências que o coronel Uyrangê Holanda relatou nas poucas entrevistas que concedeu e nas palestras que proferiu antes de cometer suicídio, uma delas deu-se na presença de agentes do extinto Serviço Nacional de Informação (SNI), a agência de inteligência brasileira durante o período de regime militar (hoje substituída pela ABIN – Agência Brasileira de Inteligência: http://www.abin.gov.br).

No dia 28 de novembro de 77, um grupo de agentes do SNI pediu para acompanhar uma vigília da equipe da Aeronáutica, apenas para matar a curiosidade. Ainda assim tiveram que solicitar autorização para o chefe do SNI em Belém, o coronel Filemon. Uma vez autorizados, eles havia marcado o encontro na Baia do Sol, em Belém, às 18 horas. No entanto, os agentes só chegaram às após as 19h30, quando a equipe da FAB já estava se retirando, com todo o equipamento recolhido. 

"Quando chegou a viatura com os colegas do SNI, eu cheguei brincando e falei que o horário deles era meio britânico", lembrou o coronel Hollanda, em tom de brincadeira, numa palestra no Rio. E continuou: "Enquanto continuávamos conversando e eu dando uma gozada neles, um deles apontou para cima e disse olhe aqui em cima. EU NUNCA TINHA VISTO NADA PARECIDO. Eu tinha estado durante dois meses, durante todas as noites, fazendo aquela investigação. Estávamos com equipe e equipamento, com a responsabilidade de apurar todos os fatos. Eu nunca tinha visto nada tão assustador, tão claro, tão definitivo como estava vendo naquele momento. Em cima de nós, a cerca de 200 m de altura, tinha um objeto parado exatamente onde nós estávamos. O objeto tinha uns 30 m de diâmetro, negro, escuro e com uma luz fraca no meio, uma luz amarelo para âmbar, mas estava exatamente onde estávamos".

Segundo o coronel Hollanda, o objeto "passou a emitir uma luz amarela muito forte, dava até para você catar uma agulha no chão, ficou claro como o dia e aumentou e diminuiu aquela luz por cinco vezes. Não era uma luz rápida, uma luz violenta como a luz do flash de uma máquina fotográfica. Não era nada disso; era progressiva, como se você tivesse um regulador e você fosse aumentando e diminuindo progressivamente aquela luz. Ele fez isso cinco vezes. Aumentava e diminuía, nós não tivemos a vontade, a noção de tirar o equipamento que estava dentro do carro para fotografar ou filmar aquele objeto. Primeiro, eu acho que não daria tempo, tinha que montar as máquinas que eram profissionais. Nós ficamos com os olhos grudados naquilo. Ele sinalizou 5 vezes e depois a luz do centro que era amarela ficou azul, um azul muito bonito, e ele disparou no sentido leste, disparou do zero ao infinito rapidíssimo, impossível de uma aeronave terrestre fazer isto", concluiu.

Relatório e conclusões preliminares

Reprodução 2

Todas as informações e depoimentos colhidos, fotografias e filmagens (que em alguns momentos, contaram com apoio de um civil, o cinegrafista Milton Mendonça, da TV Liberal) obtidos pelos agentes da Operação Prato eram registrados em relatórios e seguiam para o 1º COMAR, onde, segundo declarou o coronel Hollanda à Revista UFO, ficavam guardados numa sala reservada. Parte seguia para Brasília, mas o militar não soube dizer quem se encarregava dos dados a partir daí (Ver reprodução 1).

Apesar dos registros e relatórios terem ficado sob a guarda da FAB, o coronel Hollanda trouxe a público uma cópia do relatório final da Operação Prato, ao qual Vigília teve acesso. Em sua maior parte, o documento, de mais de 200 páginas limita-se a descrever os relatos dos moradores e as observações dos próprios oficiais da Força Aérea. Neste aspecto, constam mapas da região, desenhos dos objetos avistados, nomes de testemunhas bem como a indicação cronológica das ocorrências verificadas nas vigílias. Chamam a atenção, no entanto, alguns detalhes que descrevem a preparação das operações, como os meios utilizados em cada missão, tais como viaturas "descaracterizadas", equipamentos fotográficos e de rádio.

Um dos itens mais curiosos do documento é um relatório preliminar, assinado pelo então sargento João Flávio de Freitas Costa, datado de novembro de 1977. No texto, onde ele relata missão de apuração dos fatos nos municípios de Vigia, Colares e Santo Antônio de Tauá, o sargento comenta: "sentimos não ter chegado a uma conclusão plenamente satisfatória; sobraram dúvida e carência de explicação para alguns pormenores nas ocorrências (entre tantas)", e segue com uma série de casos de Óvnis.

Mais adiante ele insiste que os casos "deixara-nos dúvidas e falta de explicação, baseadas nos nossos padrões de conhecimento", destacando a sensação de "histeria coletiva" que era então vivenciada pela população de Colares, "atacada" por objetos que deixavam sintomas comuns a todos os casos: "imobilização total ou parcial, perda de voz, calafrios, tonturas, calor intenso, rouquidão, taquicardias, tremores, cefaleia e amortecimento progressivo das partes atingidas (grande maioria)".

No relatório, o sargento analisou a época que "em se pensar que perdure a atual situação ou seu agravamento, prevemos problemas de várias ordens, inclusive com possibilidade de auto eliminação por parte dos mais fracos de espírito em consequência do pavor do desconhecido". O militar sugeriu ainda algumas medidas, como a proibição da venda de bebidas alcoólicas e de fogos de artifício, e instrução da população a dividir e distribuir as tarefas diárias a grupos de moradores que se revezariam nas suas atividades.

Na conclusão do texto (Ver reprodução 2), após afirmar que "a presença na região de Objetos Voadores (luzes) Não Identificados é patente", o militar diz que "vimos sim corpos luminosos movimentando-se em altitudes e direções variadas, efetuando manobras complexas, indicando que, estes corpos e luzes, são INTELIGENTEMENTE DIRIGIDOS (grifo do autor)".
Enviada por: Redação Vigília redacao@vigilia.com.br
Data: 10/02/1998 - Horário: 13h07min

Ex-Ministro Octávio Moreira Lima
Até hoje, silêncio oficial...
Desde que os depoimentos do Coronel Hollanda vieram a público, a Revista Vigília tem insistido junto ao Cecomsaer – Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica (e-mail: imprensa@fab.mil.br) na expectativa de um pronunciamento oficial do Ministério em relação ao tema "Operação Prato". Muitos foram os e-mails e telefonemas ao órgão neste período. O Ministério, (http://www.fab.mil.br) no entanto, preferiu manter o silêncio que vigora há mais de 20 anos, alimentando a especulação e a crença cada vez mais forte no meio Ufológico de que as autoridades sabem mais do que dizem.
Numa oportunidade, após o envio pela Internet de transcrição de uma palestra do coronel Uyrangê Hollanda e fac-símile do relatório do sargento João Flávio, o oficial do Cecomsaer que atendeu nosso telefonema revelou que o órgão não tem autorização para se pronunciar a respeito de Óvnis. Qualquer pronunciamento deveria ser feito ou autorizado diretamente pelo Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Lélio Viana Lôbo. No dia 6 de janeiro de 1998, Vigília enviou novo e-mail aos cuidados do Cecomsaer, desta vez para encaminhamento ao Ministro. Porém, não houve resposta.

A atitude não foi surpresa. Um dos únicos –e o último– momentos em que se criou a expectativa de transparência e abertura do assunto Óvni na Força Aérea Brasileira aconteceu em 1986, quando era Ministro o Brigadeiro Octávio Moreira Lima. Em maio daquele ano, caças da FAB foram acionados para checar o aparecimento de mais de 20 pontos (ecos) nos radares do CINDACTA (Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo), entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Na época, os pilotos dos caças foram autorizados a conceder entrevista à imprensa, o que foi feito também pelo então Ministro, num fenômeno que até hoje permanece sem explicação.

A reportagem de Vigília conseguiu falar com o ex-ministro Octávio Moreira Lima, atualmente diretor do INCAER – Instituto Histórico e Cultural da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Ao telefone, o Ministro não quis comentar as declarações de Hollanda, afirmando ter tomado conhecimento da história "muito por alto, mas não desci a detalhes, de maneira que não posso externar uma opinião, que seria assim fora de propósito", disse.

O brigadeiro negou que houvesse, em sua gestão, qualquer determinação especial quanto ao tratamento que seria dado ao tema. Logo após o episódio de 1986, a FAB anunciou que revelaria um dossiê sobre Óvnis, o que acabou não acontecendo. O ex-ministro explicou: "esse dossiê seria uma explicação para a ocorrência [nota: de 1986]", mas como não houve uma conclusão, "ficou muito difícil para nós darmos um relatório dizendo que não tinha acontecido nada. Simplesmente não houve uma explicação". Apesar de negar que os pilotos dos caças da FAB tivessem feito contato visual com os objetos detectados pelo radar, o ex- ministro não negou o contato visual do então presidente da Embraer, coronel Ozires Silva, quando, no mesmo momento, preparava-se para pousar seu avião em São José dos Campos (a 100 km da Capital, São Paulo). O coronel observou no horizonte três pontos de luz nas colorações verde, vermelha e branca.
Perguntado sobre seus conhecimentos a respeito da Operação Prato, o ex-ministro disse não se recordar de ter lidado oficialmente com o assunto. "Sinceramente, eu ouvi falar, li qualquer coisa na imprensa, mas não me detive em detalhes", e concluiu, voltando às declarações do coronel Hollanda: "ficou a opinião de uma pessoa que merece credibilidade, agora, naturalmente, nós não podemos confirmar nem desmentir coisa nenhuma, você entendeu?".

Suicídio por razões pessoais

O Coronel Uyrangê Hollanda não chegou a ver a repercussão de suas declarações à Revista UFO e à grande imprensa. No dia 2 de outubro de 1997, cometera suicídio em seu apartamento, na cidade de Cabo Frio. O caso foi registrado na delegacia de São Pedro da Aldeia, vizinha a Cabo Frio. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou a morte por asfixia, devido ao enforcamento.

A despeito dos boatos que circularam na Internet colocando em dúvida o suicídio do coronel, A. J. Gevaerd (editor da Revista UFO, de quem o militar havia se tornado amigo) tratou de esclarecer, através de e-mail à lista Terráqueos: "Posso garantir: ninguém o 'suicidou' por falar demais. Ele fez isso por razões próprias". Gevaerd, nas várias horas em que esteve com o coronel, ouviu diversas confidências do militar, uma delas uma tentativa anterior de suicídio, quando o coronel havia se jogado do quarto andar de um edifício". Vigília procurou contato com a família do coronel. Morando ainda em Belém, no Pará, Uyracê Hollanda, um dos nove irmãos de Uyrangê, foi contatado ao telefone mas não quis comentar o que ocorreu. Disse apenas estar muito chocado com a notícia.

Agradecimentos a Ricardo Varela e Revista UFO pela colaboração com informações e imagens

Entrevista com a médica que tratou de dezenas de vítimas do chupa-chupa na Amazônia
Uma senhora moderna e corajosa, independente e generosa, decidida e destemida. Esses são apenas alguns adjetivos que eu usaria para definir a médica psiquiatra Wellaide Cecim Carvalho, que tive o privilégio de conhecer e o prazer de entrevistar em Belém, em 15 de agosto. Mas talvez a introdução não seja muito apropriada por causa de apenas uma palavra: senhora. Wellaide, apesar de ter um invejável currículo, é uma pessoa de espírito absolutamente jovem. Começou a faculdade de medicina aos 16 anos e a completou aos 21, entre os primeiros colocados.

Teve inúmeras funções em sua vida profissional e foi nada menos do que secretária municipal de Saúde em Belém e subsecretária estadual de Saúde no Pará. Wellaide acumula ainda muitos outros títulos e hoje trabalha simultaneamente em diversas instituições médicas da capital paraense e noutras cidades. Vive num ritmo frenético – tem cinco telefones celulares – e reserva pouquíssimo tempo para si e para o lazer. Ainda assim, não descuida de suas funções familiares, nem de sua paixão, automóveis velozes.

“Meu sonho de adolescente era ser engenheira mecânica”, disse ao desembarcar de um veículo japonês conversível e possante, na porta do hotel em que nos encontramos. No meio de tanta correria, ela achou tempo – logo ao chegar de seu trabalho de fim semana em Paragominas (mais de 300 km de Belém) – para conceder uma longa entrevista à equipe do canal The History Channel, dos Estados Unidos. E na mesma noite, atendeu a este editor por outras cinco horas, descrevendo detalhadamente suas fantásticas experiências na Ilha de Colares, quando lá serviu ao sair da faculdade de medicina, como médica-chefe da Unidade Sanitária da localidade.

Experiências extraordinárias

Era seu primeiro emprego e a doutora Wellaide encontrou pela frente um cenário indescritível, jamais imaginado por ela ou mesmo por muitos outros profissionais de maior idade. Ao desembarcar na ilha, os fenômenos que ficaram conhecidos como chupa-chupa passaram a acontecer – e não pararam mais. Ela atendeu a nada menos do que 80 vítimas dos ataques, vivia num pavor cada dia maior de ser também atacada e acabou, felizmente sem violência, tendo várias experiências pessoais e muito próximas com os agressores.

Sua entrevista, concedida pela primeira vez a uma publicação ufológica, é um novo marco da Ufologia Brasileira, comparável à concedida em 1997 pelo coronel Uyrangê Hollanda, e mostrará duas coisas. Primeiro, a gravidade dos fatos que ocorreram no Pará, que o Governo luta até hoje para esconder. E segundo, a imensa generosidade de uma médica recém-formada em ajudar a população a suportar seu sofrimento. Vamos à entrevista

UFO — Como até hoje a Ilha de Colares é uma localidade muito pequena, gostaria de saber como era naquela época? Wellaide — A ilha toda tinha aproximadamente 6 mil habitantes e na sede do município existiam 2 mil pessoas [Há números controversos sobre a quantidade de habitantes de Colares na época, chegando a 12 mil pessoas. Não há dados oficiais do Governo do Pará quanto a isso, em 1977]. Só que da beirada da ilha até a Vila de Colares, no lado oposto, havia uma estrada muito precária de chão batido. E já que meu fusca verde não conseguiu atravessar o rio, tivemos que pegar um ônibus lá, quando fui apresentada ao prefeito na época, Alfredo Ribeiro Bastos. Ele me levou para conhecer a unidade sanitária, que era um estabelecimento bem básico. Em sua composição técnica tinha uma enfermeira de nível superior, uma odontóloga e 12 técnicos em enfermagem. Eu estava acumulando as funções de médica e diretora da instituição. A vila era muito pequena e tinha luz elétrica proveniente de óleo diesel, que era mantida apenas das 18h00 às 21h00. A partir desse horário, tínhamos que andar com lamparina, vela ou lampião.

UFO — Deveria ser um desafio para você. Quais eram os casos que você via com mais frequência no posto de saúde? Wellaide — Geralmente, eram acidentes com arraias, muito comuns na ilha. Por esse motivo, me tornei especialista nesses animais e seus ataques. As praias em torno de Colares são infestadas por esses bichos, causando muitos ferimentos às pessoas. Atendi gente que tinha sido atingida até 80 vezes por eles.

UFO — E casos de observação e ataques por supostos seres extraterrestres, você atendeu a muitas vítimas? Como foi seu primeiro caso? Wellaide — Aconteceu no segundo semestre de 1977, no mês de julho. A primeira vítima foi uma moça jovem que vivia na zona rural. Ela foi levada à Unidade Sanitária de Colares extremamente apática e com uma grande fraqueza muscular. Não conseguia falar ou ouvir qualquer coisa, além de não ter reflexo algum. Chegou carregada ao hospital e pensei que tivesse sido acometida por alguma doença, como malária ou hepatite. Perguntei a seus familiares o que havia acontecido e se ela tinha alguma enfermidade pregressa grave, e me falaram que não. Disseram que ela fora atacada por uma “luz” quando estava deitada na rede na varanda de sua casa. Que luz poderia ser aquela me perguntei?

UFO — Qual foi sua opinião sobre esses fatos, naquela época, e como você lidou com sua conclusão de que não poderiam ser alucinações? Wellaide — Na verdade, eu não tinha uma opinião concreta sobre os casos, mas pensava que poderiam ser algum tipo de alucinação visual combinada com autoflagelação. Realmente, não sabia o que eram os ataques e tinha muitas dúvidas. Demorei bastante para perceber que não poderiam ser delírios, até por causa do meu ceticismo e eu ser uma médica recém-formada. Se isso acontecesse agora, jamais teria demorado tanto tempo para compreender os fatos e não perderia a oportunidade de colher dados importantes, que hoje enriqueceriam muito a pesquisa dos ufólogos. Minha imaturidade e, talvez, falta de humildade profissional, por ser nova na profissão, atrapalharam muita coisa.

DESCOBERTAS RUÍNAS INCAS NO BRASIL
RUÍNAS INCAS ECONTRADAS NAS FRONTEIRAS ENTRE BRASIL, PERU, BOLIVIA

Pesquisadores estrangeiros assassinados/desaparecidos depois de andarem com Tatunca Nara: Herbert Wanner, da Suíça - John Reed, dos EUA - Christine Reuser, alemã - Karl Brugger, Alemão, O livro foi lançado em vários países, mas Brugger foi assassinado em 1984 no Rio de Janeiro. . Relatório da Procuradoria Geral do Estado do Amazonas que denuncia a ligação de Tatunca Nara com órgãos de repressão da ditadura militar (Reprodução do vídeo de Wolfgang Brog "The Secret of Tatunca Nara")

Reprodução de trechos do relatório da CPITRAFI de 1997

Onde Tatunca Nara dizia estar Akakor, existe Chan Chan, a capital do império Chimu, declarada pela UNESCO como Herança Cultural da Humanidade, com uma importância comparável às do Egito, Mesopotâmia, Índia, China e de Teotihuacán no México. A cidade, que fica a 15 km da fronteira do Peru com o Brasil, foi escavada nos anos 60.

Ruínas encontradas nas fronteiras entre o Brasil, o Peru, a Bolívia e a Venezuela: Fortaleza inca de Las Piedras, na Bolívia (Dr. Martti Parsinen); Serra da Muralha, em Rondônia (Reprod. do site Ziguraths Brasil) - Ruínas de Chan Chan, no Peru (George Delange)- Geoglifos no Acre (Dr. Alceu Ranzi).

O VATICANO ESCONDE OS REGISTROS DA AMAZÔNIA

A luta de fronteira da província de Madre de Dios, acalmou aos poucos durante os anos de 1970 e 1971. As tribos índias selvagens fugiram para as quase inacessíveis florestas perto da nascente do rio Yaku. Aparentemente, Tatunca Nara desaparecera. O Peru fechou a fronteira com o Brasil e iniciou a invasão sistemática da floresta virgem. De acordo com testemunhas oculares, os índios do Peru partilharam da sorte dos seus irmãos brasileiros: foram assassinados ou morreram de doenças características da civilização branca.

Em 1972, Tatunca Nara voltou à civilização branca, e na cidade brasileira de Rio Branco relacionou-se com o bispo católico Grotti. Juntos pediram alimentos para os índios do rio Yaku nas igrejas da capital do Acre. Desde que a província do Acre tinha sido considerada “livre de índios” nem ao bispo foi concedido qualquer auxílio do Estado. Três meses mais tarde, monsenhor Grotti morria na queda misteriosa de um avião.

Mas Tatunca Nara não desistiu. Com o auxílio dos doze oficiais cuja vida salvara, entrou em contato com serviço secreto brasileiro. Apelou também para o Serviço de Proteção aos Índios do Brasil (a atual FUNAI) e contou a N., secretário da Embaixada da Alemanha Ocidental em Brasília, a história dos dois mil soldados alemães que desembarcaram no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e que ainda estavam vivos em Akakor, a capital do seu povo. N. não acreditou na história e recusou o acesso de Tatunca Nara à embaixada. A FUNAI só concordou em cooperar depois de muitos pormenores da história de Tatunca Nara acerca das tribos índias da Amazônia serem confirmados, durante o Verão de 1972. O Serviço organizou então uma expedição para estabelecer contato com os misteriosos Ugha Mongulala e deu instruções a Tatunca Nara para fazer os preparativos necessários. No entanto, estes planos foram interrompidos devido à resistência das autoridades da província do Acre. Devido a instruções pessoais do governador Wanderlei Dantas, Tatunca Nara foi preso.

Curiosamente, folheando um antigo e volumoso livro fartamente ilustrado em nosso poder, intitulado JACQUES COSTEAU'S AMAZON JOURNEY, eis que o encontramos, ainda uma vez, como tendo também servido de guia ao notável e saudoso explorador francês e sua equipe. DESCONHECIDO Por baixo desse manto verde e rugoso, porém, pouco se sabe sobre a anatomia interna da região. A Cabeça do Cachorro fica no chamado "vazio cartográfico", uma área de 1,8 milhão de quilômetros quadrados de floresta que nunca foi devidamente mapeada, formando um "arco de desconhecimento" que se estende do extremo oeste do Acre até o extremo norte do Amapá. Na prática, isso significa que 35% da Amazônia brasileira (uma área maior do que os sete Estados do Sul e do Sudeste) não possui informações básicas de cartografia, como altimetria de relevo, profundidade de rios e variações de cobertura vegetal - cruciais para o planejamento de defesa, desenvolvimento e pesquisa da região.

O ESCÂNDALO DO SIVAM-RAYTHEON:

O Brigadeiro Ivan Frota respondeu ao artigo do jornal “O Globo" daquela data sobre a  matéria intitulada " Sivam e a Honra". Nesse artigo, alguns militares da Aeronáutica defendiam a instalação do Sistema de Monitoramento da Amazônia, o Projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Gostaríamos de lembrar aos leitores e aos brasileiros que esse projeto sempre foi tachado de um dos maiores escândalos de agressão à soberania nacional de que temos notícia. O brilhante Brigadeiro Ivan Frota, indignado, disse:  “...do principal ponto de minha discordância com S-RAYTHEON, que é a imensa vulnerabilidade estratégica que significará entregar a mãos estrangeiras um projeto na Amazônia de tal magnitude e importância". O brigadeiro lembrava então da concorrência estabelecida na época, ganha pela empresa norte-americana RAYTHEON, especialista em sistemas de espionagem e eletrônica industrial, concorrência que foi orçada em 2 bilhões de dólares. A RAYTHEON havia comprado na época a E-SYSTEMS, uma das maiores empresas de sistemas de inteligência dos EUA. Essas empresas aglutinadas, foram responsáveis pela implementação do programa R-OTH-R (Relocatable Over the Horizon Radar) de instalação de radares de longo alcance (mais de 3000 km).  Além disso, a RAYTHEON fazia parte do programa norte-americano chamado de (High Frequency Active Auroral Research Program) que usando Física avançada de Ondas Eletromagnéticas, testava o aquecimento da Ionosfera, o que poderia interferir em transmissões telemáticas do mundo inteiro (rádio, TV, micro-ondas), e produzir alterações climáticas que causariam furacões e tornados em várias partes do mundo. Ou seja, a RAYTHEON era uma empresa de Guerra Norte-Americana, e ganhou a concorrência para controlar o espaço aéreo da Amazônia.

O Projeto era e é uma arma de guerra tecnológica de destruição de massas. O que nós não conseguimos entender até hoje é o fato de o Brasil possuir duas das melhores escolas militares de engenharia do Mundo, o ITA (Instituto Tecnológico de Engenharia) e o IME ( Instituto Militar de Engenharia), escolas que tanto orgulho já trouxeram aos brasileiros, como os projetos de aviões, o projeto do tanque Osório, do tanque Cascavel, dos Sistemas Astrus de defesa, do Pro-álcool e tantos outros, e não ter utilizado o potencial acadêmico disponível nessas Escolas no Projeto. Por que essa Engenharia de ponta nacional não foi escolhida para construir o Sistema de Monitoramento da Amazônia??  Mais uma vez, as "mãos invisíveis" dos verdadeiros Donos do Brasil se sobrepuseram aos interesses nacionais, os mesmos Donos do Brasil que conheciam e conhecem do imenso potencial energético da Amazônia, que conhecem da colossal fonte de recursos minerais do solo Amazônico, e que conhecem do colossal parque bio-natural existente em solo amazônico. Como explicar aos mais jovens brasileiros que o País e seus governantes entregaram a uma Nação alienígena em 1996, e a interesses financeiros internacionais, a dignidade e a alma do nosso País, e que até militares que fizeram juramento de lealdade ao povo brasileiro e ao Brasil, concordaram com esse descalabro?? Um sistema de monitoramento da Amazônia construído por uma empresa de espionagem americana?? Gostaria de lembrar a argumentação do insigne brigadeiro Ivan Frota que afirmou: “Honra é ter coragem de abdicar das benesses e do interesse pessoal em nome da coletividade”.

Muito em breve eu estarei organizando-me para ir a AKAKOR...
                                                                                                                                                                                                Ralph Proença.

3 comentários:

  1. EXISTEM ... VOU COM VECÊ.
    ALEXANDRE CARLOS (85) 85211955

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  2. O que Heer Bruegger tem em comum com Karl Brugger.O segundo dizem que era apenas um jorlaista (???). Porém, o primeiro tinha projetos implantado dentro da floresta que usava o trabalho escravo - Fazenda Rio Cristalino no Sul do Pará. A Wolkswagem para criar bois fez monstruosos desmatamentos e queimadas. E o agente laranja foi usado para desfolhar a floreta? O que a dona do fusquinha queria aqui na Amazônia?

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  3. Good then if you donate some good (food) tickets and go then tour among us.

    Kakuri (Delta, Venezuela).
    C.A.K. (Maripa, Venezuela).

    Awaycë Diaz
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